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sexta-feira, 2 de abril de 2021

SEXTA-FEIRA SANTA DA PAIXÃO DO SENHOR

Neste dia, colocamo-nos ao caminho do silêncio e, como peregrinos, acompanhamos a entrega de Jesus. Vivemos em comunhão com o mundo inteiro ao aproximar-nos do grande mistério da Páscoa da Cruz.

Meditamos e refletimos a partir da proposta de oração do Passo-a-rezar: 



Nas palavras do Evangelho, João 18, 1-8; Jo 18, 19-24; Jo 18, 25-27; Jo 19, 30-34 - o tempo de oração se prolonga em cada passo de Jesus. Há encontros e desencontros, em palavras e silêncios.

Jesus saiu com os seus discípulos
para o outro lado da torrente do Cédron. Havia lá um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Judas, que o ia entregar, conhecia também o local, porque Jesus se reunira lá muitas vezes com os discípulos. Tomando consigo uma companhia de soldados e alguns guardas, enviados pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus, Judas chegou ali, com archotes, lanternas e armas. Sabendo Jesus tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-Se e perguntou-lhes:
«A quem buscais?».
Eles responderam-Lhe:
«A Jesus, o Nazareno».
Jesus disse-lhes:
«Sou Eu».

Judas, que O ia entregar, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Jesus perguntou-lhes novamente:
«A quem buscais?».
Eles responderam:
«A Jesus, o Nazareno».
Disse-lhes Jesus:
«Já vos disse que sou Eu. Por isso, se é a Mim que buscais, deixai que estes se retirem».

Judas entrega-se à medida dos sonhos de um homem só, de maneira rompante e sonora. Jesus entrega-se por absoluto amor a todos os Homens, de forma silenciosa e desinstaladora.
De que são feitas as tuas ilusões?

O sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe:
«Falei abertamente ao mundo.
Sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. Porque Me interrogas? Pergunta aos que Me ouviram o que lhes disse: eles bem sabem aquilo de que lhes falei».
A estas palavras, um dos guardas que estava ali presente
deu uma bofetada a Jesus e disse-Lhe:
«É assim que respondes ao sumo sacerdote?».
Jesus respondeu-lhe:
«Se falei mal, mostra-Me em quê. Mas, se falei bem, porque Me bates?».
Então Anás mandou Jesus manietado ao sumo sacerdote Caifás.


Jesus é claro nas suas palavras. Só o interrogam aqueles que não estão dispostos à verdade e se sentem ameaçados pela sua coerência.
O que é para ti viver em verdade? Estás disposto a atravessar todas as implicações que daí resultam?


Simão Pedro continuava ali a aquecer-se. Disseram-lhe então:
«Tu não és também um dos seus discípulos?».
Ele negou, dizendo: «Não sou».
Replicou um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha:
«Então eu não te vi com Ele no jardim?».
Pedro negou novamente, e logo um galo cantou.

Pedro procura o calor reconfortante da fogueira mas o frio da solidão devora-o. Ele segue Jesus à distância por se ter deixado levar pelo medo. Desconfia e perde a esperança.
Viver unido a Deus exige uma sólida confiança que tem de ser cuidada continuamente. Pedro fraquejou naquele momento. E tu, dás a fidelidade por garantida?


Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação,
e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado,
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-o já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.

Jesus deixa-Se humilhar até ao fim mas o seu amor não se esgota. Da sua morte brota sangue e água, aproximando-nos do choro da terra e dos mais pobres. Permanece, em proximidade.


Ao terminar este tempo, reze com a Oração da Sede, de D. Tolentino de Mendonça:



«Ensina-me, Senhor, a rezar a minha sede
a pedir-Te não que a arranques de mim ou a resolvas depressa
mas a amplies ainda
naquela medida que desconheço
e que apenas sei que é Tua!

Ensina-me, Senhor, a beber da própria sede de Ti,
como quem se alimenta mesmo às escuras
da frescura da nascente.

Que a sede me torne mil vezes mendigo,
me ponha enamorado e faça de mim peregrino
Que ela me obrigue a preferir a estrada à estalagem
e o aberto da confiança ao programado do cálculo.


Que esta sede se torne o mapa e viagem,
a palavra acesa e o gesto que prepara
a mesa onde partilhamos o dom.


E quando der de beber aos teus filhos seja
não porque tenha a posse da água
mas porque partilho com eles o que é a sede».

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.



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