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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

IV Dia Mundial dos Pobres, 2020: «Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32)

 MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO 

PARA O IV DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
(15 DE NOVEMBRO DE 2020)

«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32)

 

«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32): a sabedoria antiga dispôs estas palavras como um código sacro que se deve seguir na vida. Hoje ressoam com toda a densidade do seu significado para nos ajudar, também a nós, a concentrar o olhar no essencial e superar as barreiras da indiferença. A pobreza assume sempre rostos diferentes, que exigem atenção a cada condição particular: em cada uma destas, podemos encontrar o Senhor Jesus, que revelou estar presente nos seus irmãos mais frágeis (cf. Mt 25, 40).

1. Tomemos nas mãos o Ben-Sirá, um dos livros do Antigo Testamento. Nele encontramos as palavras dum mestre da sabedoria que viveu cerca de duzentos anos antes de Cristo. Andava à procura da sabedoria que torna os homens melhores e capazes de perscrutar profundamente as vicissitudes da vida. E fê-lo num período de dura prova para o povo de Israel, um tempo de dor, luto e miséria por causa da dominação de potências estrangeiras. Sendo um homem de grande fé, enraizado nas tradições dos pais, o seu primeiro pensamento foi dirigir-se a Deus para Lhe pedir o dom da sabedoria. E o Senhor não lhe deixou faltar a sua ajuda.

Desde as primeiras páginas do livro, Ben-Sirá propõe os seus conselhos sobre muitas situações concretas da vida, sendo a pobreza uma delas. Insiste que, na contrariedade, é preciso ter confiança em Deus: «Não te perturbes no tempo do infortúnio. Conserva-te unido a Ele e não te separes, para teres bom êxito no teu momento derradeiro. Aceita tudo o que te acontecer e tem paciência nas vicissitudes da tua humilhação, porque no fogo se prova o ouro, e os eleitos de Deus no cadinho da humilhação. Nas doenças e na pobreza, confia n’Ele. Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera n’Ele. Vós que temeis o Senhor, esperai na sua misericórdia, e não vos afasteis, para não cairdes» (2, 2-7).

2. Página a página, descobrimos um precioso compêndio de sugestões sobre o modo de agir à luz duma relação íntima com Deus, criador e amante da criação, justo e providente para com todos os seus filhos. Mas, a constante referência a Deus não impede de olhar para o homem concreto; pelo contrário, as duas realidades estão intimamente conexas.

Demonstra-o claramente o texto donde se tirou o título desta Mensagem (cf. 7, 29-36). São inseparáveis a oração a Deus e a solidariedade com os pobres e os enfermos. Para celebrar um culto agradável ao Senhor, é preciso reconhecer que toda a pessoa, mesmo a mais indigente e desprezada, traz gravada em si mesma a imagem de Deus. De tal consciência deriva o dom da bênção divina, atraída pela generosidade praticada para com os pobres. Por isso, o tempo que se deve dedicar à oração não pode tornar-se jamais um álibi para descuidar o próximo em dificuldade. É verdade o contrário: a bênção do Senhor desce sobre nós e a oração alcança o seu objetivo, quando são acompanhadas pelo serviço dos pobres.

3. Como permanece atual, também para nós, este ensinamento! Na realidade, a Palavra de Deus ultrapassa o espaço, o tempo, as religiões e as culturas. A generosidade que apoia o vulnerável, consola o aflito, mitiga os sofrimentos, devolve dignidade a quem dela está privado, é condição para uma vida plenamente humana. A opção de prestar atenção aos pobres, às suas muitas e variadas carências, não pode ser condicionada pelo tempo disponível ou por interesses privados, nem por projetos pastorais ou sociais desencarnados. Não se pode sufocar a força da graça de Deus pela tendência narcisista de se colocar sempre a si mesmo no primeiro lugar.

Manter o olhar voltado para o pobre é difícil, mas tão necessário para imprimir a justa direção à nossa vida pessoal e social. Não se trata de gastar muitas palavras, mas antes de comprometer concretamente a vida, impelidos pela caridade divina. Todos os anos, com o Dia Mundial dos Pobres, volto a esta realidade fundamental para a vida da Igreja, porque os pobres estão e sempre estarão connosco (cf. Jo 12, 8) para nos ajudar a acolher a companhia de Cristo na existência do dia a dia.

4. O encontro com uma pessoa em condições de pobreza não cessa de nos provocar e questionar. Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a sua marginalização e o seu sofrimento? Como podemos ajudá-la na sua pobreza espiritual? A comunidade cristã é chamada a coenvolver-se nesta experiência de partilha, ciente de que não é lícito delegá-la a outros. E, para servir de apoio aos pobres, é fundamental viver pessoalmente a pobreza evangélica. Não podemos sentir-nos tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda, reduzindo-se a uma sombra. O clamor silencioso de tantos pobres deve encontrar o povo de Deus na vanguarda, sempre e em toda parte, para lhes dar voz, defendê-los e solidarizar-se com eles face a tanta hipocrisia e tantas promessas não cumpridas, e para os convidar a participar na vida da comunidade.

É verdade que a Igreja não tem soluções globais a propor, mas oferece, com a graça de Cristo, o seu testemunho e gestos de partilha. Além disso, sente-se obrigada a apresentar os pedidos de quantos não têm o necessário para viver. Lembrar a todos o grande valor do bem comum é, para o povo cristão, um compromisso vital, que se concretiza na tentativa de não esquecer nenhum daqueles cuja humanidade é violada nas suas necessidades fundamentais.

5. Estender a mão leva a descobrir, antes de tudo a quem o faz, que dentro de nós existe a capacidade de realizar gestos que dão sentido à vida. Quantas mãos estendidas se veem todos os dias! Infelizmente, sucede sempre com maior frequência que a pressa faz cair num turbilhão de indiferença, a tal ponto que se deixa de reconhecer todo o bem que se realiza diariamente no silêncio e com grande generosidade. Assim, só quando acontecem factos que transtornam o curso da nossa vida é que os olhos se tornam capazes de vislumbrar a bondade dos santos «ao pé da porta», «daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus» (Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 7), mas dos quais ninguém fala. As más notícias abundam de tal modo nas páginas dos jornais, nos sites da internet e nos visores da televisão, que faz pensar que o mal reine soberano. Mas não é assim. Certamente não faltam a malvadez e a violência, a prepotência e a corrupção, mas a vida está tecida por atos de respeito e generosidade que não só compensam o mal, mas impelem a ultrapassá-lo permanecendo cheios de esperança.

6. Estender a mão é um sinal: um sinal que apela imediatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor. Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! A mão estendida do médico que se preocupa de cada paciente, procurando encontrar o remédio certo. A mão estendida da enfermeira e do enfermeiro que permanece, muito para além dos seus horários de trabalho, a cuidar dos doentes. A mão estendida de quem trabalha na administração e providencia os meios para salvar o maior número possível de vidas. A mão estendida do farmacêutico exposto a inúmeros pedidos num arriscado contacto com as pessoas. A mão estendida do sacerdote que, com o coração partido, continua a abençoar. A mão estendida do voluntário que socorre quem mora na rua e a quantos, embora possuindo um teto, não têm nada para comer. A mão estendida de homens e mulheres que trabalham para prestar serviços essenciais e segurança. E poderíamos enumerar ainda outras mãos estendidas, até compor uma ladainha de obras de bem. Todas estas mãos desafiaram o contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação.

7. Esta pandemia chegou de improviso e apanhou-nos impreparados, deixando uma grande sensação de desorientamento e impotência. Mas, a mão estendida ao pobre não chegou de improviso. Antes, dá testemunho de como nos preparamos para reconhecer o pobre a fim de o apoiar no tempo da necessidade. Não nos improvisamos instrumentos de misericórdia. Requer-se um treino diário, que parte da consciência de quanto nós próprios, em primeiro lugar, precisamos duma mão estendida em nosso favor.

Este período que estamos a viver colocou em crise muitas certezas. Sentimo-nos mais pobres e mais vulneráveis, porque experimentamos a sensação da limitação e a restrição da liberdade. A perda do emprego, dos afetos mais queridos, como a falta das relações interpessoais habituais, abriu subitamente horizontes que já não estávamos acostumados a observar. As nossas riquezas espirituais e materiais foram postas em questão e descobrimo-nos amedrontados. Fechados no silêncio das nossas casas, descobrimos como é importante a simplicidade e o manter os olhos fixos no essencial. Amadureceu em nós a exigência duma nova fraternidade, capaz de ajuda recíproca e estima mútua. Este é um tempo favorável para «voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo (...). Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade (...). Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento duma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente» (Francisco, Carta enc. Laudato si’, 229). Enfim, as graves crises económicas, financeiras e políticas não cessarão enquanto permitirmos que permaneça em letargo a responsabilidade que cada um deve sentir para com o próximo e toda a pessoa.

8. «Estende a mão ao pobre» é, pois, um convite à responsabilidade, sob forma de empenho direto, de quem se sente parte do mesmo destino. É um encorajamento a assumir os pesos dos mais vulneráveis, como recorda São Paulo: «Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo. (...) Carregai as cargas uns dos outros» (Gal 5, 13-14; 6, 2). O Apóstolo ensina que a liberdade que nos foi dada com a morte e ressurreição de Jesus Cristo é, para cada um de nós, uma responsabilidade para colocar-se ao serviço dos outros, sobretudo dos mais frágeis. Não se trata duma exortação facultativa, mas duma condição da autenticidade da fé que professamos.

E aqui volta o livro de Ben-Sirá em nossa ajuda: sugere ações concretas para apoiar os mais vulneráveis e usa também algumas imagens sugestivas. Primeiro, toma em consideração a debilidade de quantos estão tristes: «Não fujas dos que choram» (7, 34). O período da pandemia constrangeu-nos a um isolamento forçado, impedindo-nos até de poder consolar e estar junto de amigos e conhecidos atribulados com a perda dos seus entes queridos. E, depois, afirma o autor sagrado: «Não sejas preguiçoso em visitar um doente» (7, 35). Experimentamos a impossibilidade de estar junto de quem sofre e, ao mesmo tempo, tomamos consciência da fragilidade da nossa existência. Enfim, a Palavra de Deus nunca nos deixa tranquilos e continua a estimular-nos para o bem.

9. «Estende a mão ao pobre» faz ressaltar, por contraste, a atitude de quantos conservam as mãos nos bolsos e não se deixam comover pela pobreza, da qual frequentemente são cúmplices também eles. A indiferença e o cinismo são o seu alimento diário. Que diferença relativamente às mãos generosas que acima descrevemos! Com efeito, existem mãos estendidas para premer rapidamente o teclado dum computador e deslocar somas de dinheiro duma parte do mundo para outra, decretando a riqueza de restritas oligarquias e a miséria de multidões ou a falência de nações inteiras. Há mãos estendidas a acumular dinheiro com a venda de armas que outras mãos, incluindo mãos de crianças, utilizarão para semear morte e pobreza. Existem mãos estendidas que, na sombra, trocam doses de morte para se enriquecer e viver no luxo e num efémero desregramento. Existem mãos estendidas que às escondidas trocam favores ilegais para um lucro fácil e corruto. E há também mãos estendidas que, numa hipócrita respeitabilidade, estabelecem leis que eles mesmos não observam.

Neste cenário, «os excluídos continuam a esperar. Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe» (Francisco, Exort. ap Evangelii gaudium, 54). Não poderemos ser felizes enquanto estas mãos que semeiam morte não forem transformadas em instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro.

10. «Em todas as tuas obras, lembra-te do teu fim» (Sir 7, 36): tal é a frase com que Ben-Sirá conclui a sua reflexão. O texto presta-se a uma dupla interpretação. A primeira destaca que precisamos de ter sempre presente o fim da nossa existência. A lembrança do nosso destino comum pode ajudar a conduzir uma vida sob o signo da atenção a quem é mais pobre e não teve as mesmas possibilidades que nós. Mas existe também uma segunda interpretação, que evidencia principalmente a finalidade, o objetivo para o qual tende cada um. É a finalidade da nossa vida que exige um projeto a realizar e um caminho a percorrer sem se cansar. Pois bem! O objetivo de cada ação nossa só pode ser o amor: tal é o objetivo para onde caminhamos, e nada deve distrair-nos dele. Este amor é partilha, dedicação e serviço, mas começa pela descoberta de que primeiro fomos nós amados e despertados para o amor. Esta finalidade aparece no momento em que a criança se cruza com o sorriso da mãe, sentindo-se amada pelo próprio facto de existir. De igual modo um sorriso que partilhamos com o pobre é fonte de amor e permite viver na alegria. Possa então a mão estendida enriquecer-se sempre com o sorriso de quem não faz pesar a sua presença nem a ajuda que presta, mas alegra-se apenas em viver o estilo dos discípulos de Cristo.

Neste caminho de encontro diário com os pobres, acompanha-nos a Mãe de Deus que é, mais do que qualquer outra, a Mãe dos pobres. A Virgem Maria conhece de perto as dificuldades e os sofrimentos de quantos estão marginalizados, porque Ela mesma Se viu a dar à luz o Filho de Deus num estábulo. Devido à ameaça de Herodes, fugiu, juntamente com José, seu esposo, e o Menino Jesus, para outro país e, durante alguns anos, a Sagrada Família conheceu a condição de refugiados. Possa a oração à Mãe dos pobres acomunar estes seus filhos prediletos e quantos os servem em nome de Cristo. E a oração transforme a mão estendida num abraço de partilha e reconhecida fraternidade.

Roma, em São João de Latrão, na Memória litúrgica de Santo António, 13 de junho de 2020.

 

Francisco

Disponível em: 

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/poveri/documents/papa-francesco_20200613_messaggio-iv-giornatamondiale-poveri-2020.html





terça-feira, 1 de setembro de 2020

Hino 2020

Hino 2020

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

“LOUVADO SEJA PELA IRMÃ TERRA, MÃE QUE NOS SUSTENTA...”


1 de setembro: Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

(...) " O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos." 

O Papa Francisco instituiu o dia 1º de setembro como o Dia Mundial de Oração pelo cuidado da criação, sendo apelo à união dos cristãos de todo o mundo, face à crise ecológica mundial. Refletindo à luz das raízes da fé, no que diz respeito ao cuidado para com a humanidade e tudo o que foi criado por Deus, rezemos e apoiemos em gestos de reconhecimento deste dom. 

Roteiro celebrativo - dia de oração pelo cuidado com a criação

(Prepare o ambiente para a oração. Utilize vela, flores, sementes, ícone de Jesus, mapa mundi…)

CHEGADA

 Tudo está, interligado.
 Como se fôssemos um. 
Tudo está, interligado. 
Nesta casa comum

L1. Irmãos e irmãs, em comunhão com todos os cristãos e as comunidades, os amigos e amigas de outros caminhos religiosos e toda pessoa de boa vontade, celebremos este Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Renovemos, nesta oração, a missão a nós confiada de cuidadores da criação e defensores da vida.

 L2. Numa corrente de oração, como gostam de dizer as pessoas, demo-nos as mãos, os corações e juntemos nossas vozes. Unidos, apresentemos ao Senhor da vida nossa prece em favor da Mãe terra, neste tempo de tão grande destruição por ela sofrido. 

L3. Rezemos em comunhão com as pessoas enfermas do coronavírus, que como a Mãe Terra lutam para viverem. Com retomada confiança e solidariedade avancemos para vencer essa pandemia. 

Ouvir a canção: Cuidar da Terra, do Grupo Imbaúba

Nós somos parte da terra 
A terra é parte de nós 
Um é a extensão do outro 
Nós não vivemos a sós. (bis)
 
O que falta pra entender 
Coisa tão simples assim
 Quando eu cuido do que é meu 
Estou cuidando de mim
 Quando eu cuido do que é meu
 Estou cuidando de mim. 

E preservar é tão simples
 Não requer tanta ciência
 Basta respeito e cuidado

E um pouco de consciencia
 Aí, tudo se resolve 
Aí, a vida floresce
 Cada rio que eu deixo limpo
 A natureza agradece 
Cario que eu deixo limpo
 A natureza agradece 

Com muita sabedoria
 Diziam nossos avós:
 Se nós cuidarmos da terra 
A terra cuida de nós.




OREMOS: Silêncio

Ó Deus, Pai de todos os Povos, olha teus filhos e filhas aqui reunidos, que te pedem: derrama sobre o universo inteiro o dom generoso do teu Espírito, renova a face de toda a terra que sofre e geme a dor da devastação e destruição. Ilumina os corações dos homens e mulheres, e acende neles o fogo do teu amor, para que sejam defensores da vida e germinem a terra sem males, o bem viver, que vem a cada manhã. Te pedimos por Teu Filho Jesus que vive e reina contigo e conosco na unidade do Santo Espírito. Amém. 

L1. Com o pobrezinho de Assis, São Francisco, cantemos nossa irmandade e pertença a toda criação.

Onipotente e bom Senhor 
A ti a honra, glória e louvor! 
Todas as bênçãos de ti nos vêm
E todo o povo te diz: amém! 

Louvado sejas nas criaturas 
Primeiro o sol, lá nas alturas 
Clareia o dia, grande esplendor 
Radiante imagem de ti, Senhor 
Louvado sejas pela irmã lua 
No céu criaste, é obra tua 
Pelas estrelas, claras e belas 
Tu és a fonte do brilho delas 

Louvado sejas pelo irmão vento 
E pelas nuvens, o ar e o tempo 
E pela chuva que cai no chão 
Nos dá sustento, Deus da criação 

Louvado sejas, meu bom Senhor 
Pela irmã água e seu valor 
Preciosa e casta, humilde e boa 
Se corre, um canto a ti entoa 
Louvado sejas, ó, meu Senhor 
pelo irmão fogo e seu calor 
Clareia a noite robusto e forte
Belo e alegre, bendita sorte 
Sejas louvado pela irmã terra 
Mãe que sustenta e nos governa 
Todos os frutos, nos da o pão
Com flores e ervas sorri o chão

Louvado sejas, meu bom Senhor 
Pelas pessoas que em teu amo 
Perdoam e sofrem tribulação 
Felicidade em ti encontrarão 

Louvado sejas pela irmã morte 
Que vem a todos, ao fraco e ao forte 
Feliz aquele que te ama 
A morte eterna não o matará 
Bem aventurado quem guarda a paz 
Pois o altíssimo o satisfaz 
Vamos louvar e agradecer 
Com humildade ao Senhor bendizer 

(Disponível em: 

LEITURA DO LIVRO DO GÊNESIS: (GN 1,1– 2,2) Breve silêncio 

MEDITAÇÃO: da Laudato Si - Papa Francisco

L2. 13. O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos.

L3. 14. Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós. O movimento ecológico mundial já percorreu um longo e rico caminho, tendo gerado numerosas agregações de cidadãos que ajudaram na consciencialização. 3 Infelizmente, muitos esforços na busca de soluções concretas para a crise ambiental acabam, com frequência, frustrados não só pela recusa dos poderosos, mas também pelo desinteresse dos outros. As atitudes que dificultam os caminhos de solução, mesmo entre os crentes, vão da negação do problema à indiferença, à resignação acomodada ou à confiança cega nas soluções técnicas. Precisamos de nova solidariedade universal. 

L1. Unidos, espalhemos luzes sobre terra, pois toda vez que acendemos luzes diminui as trevas do mundo, e peçamos a luminosidade Divino Espírito para enfrentar estes dias difíceis. Unidos ao papa Francisco, rezemos: 

- Deus Onipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém.

- Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. 

- Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais conosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.

PAI NOSSO 

OREMOS: Silêncio

Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos, por vossa infinita bondade. Criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos para que dele cuidemos com carinho e amor. Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum, nossa Mãe terra. Cresça, em nosso ser, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas, e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém!

 BÊNÇÃO

D: Deus vos abençoe e vos guarde: Amém. 
D: Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós: Amém. 
D: Volva para vós o seu olhar e vos dê a sua paz. Amém.

Como gesto de bênção e cuidado - será bonito plantar sementes ou mesmo uma planta no jardim.
 Ouvir a Canção do Lavrador do grupo Raízes Caboclas (Disponível em: www.ouvirmusica.com.br/raizes-caboclas/1924467/)

Fonte: https://www.amazonizate.org/c%C3%B3pia-logo




 

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

23 DE AGOSTO - FESTA DE SANTA ROSA DE LIMA

CAMINHADA de FÉ e ESPERANÇA.
Gente humilde chamou-te "Rosa" / E tu eras de fato uma flor... !

Ó Santa Rosa de Lima Flor. Foste escolhida pelo Senhor. Humilde serva, leiga fiel. Ó Santa Rosa guia-nos ao céu.
Santa Rosa de Lima
HISTÓRICO: Santa Rosa de Lima foi uma mística da Ordem Terceira Dominicana canonizada pelo Papa Clemente X em 1671. (Lima, 30/04/1586 – id., 24/08/1617).
É a primeira santa da América e padroeira do Peru e da América. Nascida em Quives, província de Lima no ano de 1586, era descendente de conquistadores espanhóis.
Seu nome de batismo era Isabel Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da criança motivou a mudança do nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o de Santa Maria, a pedido da Virgem Santíssima.
Seus pais eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e Maria Oliva, limenha. Era a terceira dos onze filhos do casal.
Desde pequena era inclinada à oração silenciosa e reflexiva na presença da Santa Eucaristia. Um dia, em adoração, escutou a voz do Senhor que lhe dizia “Rosa dedique a mim todo seu amor”.
Tempos depois deste contato místico com Cristo, sua família perdeu muito dinheiro e caiu na pobreza, seus pais antes ricos, tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de mineração e ela cresceu na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas horas da noite, para ajudar no sustento da família.
A pobreza não era motivo para que Rosa deixasse de agir com caridade, pegando alimentos da despensa de sua casa para saciar a fome dos pobres pequeninos que a procuravam.
Para ajudar sua família, ela vendia no mercado, flores que cultivava em sua casa, o que lhe dava destaque entre as moças mais virtuosas e prendadas da cidade, qualidades contadas além de sua beleza. Ela é considerada “Patrona das Floristas”. Diz-se também que tangia graciosamente a viola e a harpa e que tinha voz doce e melodiosa.
Era cobiçada pelos jovens mais ricos e distintos de Lima e arredores, os quais eram vistos por seus pais muitas vezes como salvação de sua situação de pobreza, mas a todos ela rejeitou por amar a Cristo como esposo, afirmando ser o único amor de sua vida. Certa vez chegou até a cortar os seus belos cabelos e começou a usar um véu para evitar seus pretensos noivos.
Em idade de casar, para espanto daquela sociedade e ainda de nossa sociedade atual, fez o voto de castidade e, após lutar contra o desejo contrário dos pais, tomou o hábito da Ordem Terceira de São Domingos dedicando-se a viver como religiosa em sua casa.
Construiu no quintal de seus pais, uma estreita cela onde dormia e rezava, passando horas em adoração silenciosa, penitenciando seu corpo com jejuns e cilícios dolorosos – conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido com fincos, semelhante a uma coroa de espinhos.
Foi extremamente bondosa e caridosa para com todos, especialmente para com os índios e negros, aos quais prestava os serviços mais humildes em caso de doença.
Rosa, para incentivar a si mesma a continuar doando-se, mesmo achando-se incapaz, costumava dizer esta frase:
“Se não posso fazer as grandes coisas, então farei as pequenas bem feitas”.
Outra frase que soava como um farol para ela era:
“Não há outra escada para o céu, senão a cruz de Cristo”.
Ou ainda, uma das mais belas:
“Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência”.
Através de jejuns intensos, dentre outras práticas penitenciais, aproximava-se mais daquele que era não só o sentido de seu amor, mas de sua vida como um todo. Dizia: “Senhor, fazei-me sofrer, contanto que aumenteis meu amor para convosco”.
Segundo os relatos de seus biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre eles seu confessor Frei Juan de Lorenzana, Santa Rosa, por sua piedade e devoção, ainda em vida recebeu de Deus o dom dos milagres.
Foram-lhe atribuídos muitos favores: milagres de curas, conversões, propiciação das chuvas e até mesmo o impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em 1615.
Era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo Menino Jesus, que quis repousar certa vez entre seus braços e a coroou com uma grinalda de rosas, que se tornou seu símbolo. Também é afirmado que tinha constantemente junto a si, seu Anjo da Guarda, com quem conversava.
Rosa passou sua juventude agraciada com experiências místicas maravilhosas, mas nunca lhe faltando a cruz, a fim de que compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre – sofrimentos provindos de duras incompreensões e perseguições e nos últimos anos de vida, de sofrimentos físicos, agudas dores devidas à prolongada doença – afinal, toda rosa é composta da beleza das pétalas e das dores dos espinhos.
Rosa viveu intensamente o sofrimento, sempre o destinando ao amor a Deus acima de tudo, sofrimento este que lhe acompanhou até a morte em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Fé e amor a Deus não lhe faltaram mesmo nas dificuldades, pois sabia o que vinha depois: O grande encontro com seu Amado.

Suas últimas palavras foram “Jesus está comigo!“.
Seu sepultamento foi apoteótico e pranteado por todo o Vice-Reino do Peru e seu túmulo tornou-se palco de milagres, bem como também os lugares onde viveu e trabalhou pela causa da Igreja.
Foi a primeira santa canonizada da América e proclamada padroeira da América Latina. Conta-se que o Papa Clemente relutava em eleva-la aos altares, mas foi convencido após presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do céu e que atribuiu a Santa Rosa de Lima.
Dela, disse o Cardeal Ratzinger: “De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um poder significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus Cristo”. (Homilia no Santuário de Santa Rosa de Lima, Peru, em 19 de julho de 1986).
Que Santa Rosa inspire em nós este amor completamente dirigido a Deus, percebendo que Deus é a única coisa que pode nos satisfazer e nunca acabará. Busquemos a Ele com todas as forças pedindo a graça divina para nos desapegarmos dos vícios e das paixões e alcançarmos a vida virtuosa, porto seguro para suportar todo sofrimento. Assim, caminhamos certos de que, depois de tudo, O amado estará de braços abertos a nos esperar com a coroa incorruptível.
Fontes: Wikipédia e rio2013.com


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

“Parem de nos matar”...

Publicamos o testemunho de Luiza Helena, postulante de nossa Congregação Romana de São Domingos, Província do Brasil. Ela escreveu sobre a sua vida missionária na pastoral das pessoas em situação de rua durante esse período de pandemia.

“Parem de nos matar”... Súplica de um morador em situação de rua. Ao lermos essa frase, logo sentimos a dor com que esse morador expressa a sua tristeza, mas não percebemos que também nós os matamos, todas às vezes, que passamos ao lado de todas as pessoas que se encontram nessa situação e os tratamos como invisíveis ou quando olhamos indiferentes? Falta-nos compaixão. Somos muito bom juízes, quando sem ao menos ouvi-los o julgamos, não respeitamos as suas escolhas, quando os nossos olhos não enxergam a dor, que existe atrás de cada face"..

Estamos também vivendo muitos desafios... Mais de 90 mil pessoas mortas em todo o país segundo o dado oficial do Ministério da Saúde. No entanto,  o número é superior aos informados pela mídia. Entre as pessoas mortas há vários religiosas/os, amigas/os e conhecidos. A nossa força tarefa de rezar é contínua. Alguns Estados e Cidades foram liberadas para as atividades cotidianas, mas toda prudência ainda é necessária.



 
Desde o dia 26 de fevereiro, quando foi confirmado o primeiro caso de COVID-19 no Brasil, passamos a acordar todos os dias assombrados pela incertezas. O número de mortos não param de crescer, já passamos de 70.000 mil... Número que nos assusta e nos apavora demais. O que no começo imaginávamos estar bem longe passa a estar ao nosso lado. 
Confiar, se tornou a única opção e a única palavra capaz de expressar todos os sentimentos, que estão dentro de cada um de nós. Aperta o coração quando temos vontade de pedir um abraço e não podemos, pois temos a consciência que o distanciamento social neste momento é essencial: - Salva vidas! Em muitos momentos nos faltam palavras para encorajar ou afirmar que vai ficar tudo bem, sendo que em alguns momentos nem mesmo em nossos corações há essa certeza. O choro já virou rotina diante dos nossos olhos. O silenciamento se tornou necessário, quase imposição. Mas há indignação! Essa companheira está sempre presente em nossas manifestações contra um governo, que parece não se importar com as pessoas, principalmente, àquelas que não têm voz e nem vez nessa sociedade em que vivemos tão capitalista. 
Tenho medo! E como não ter? Tenho medo por todos aqueles que insistem em não acreditar que vidas estão sendo perdidas, que há milhares de famílias que hoje choram por seus entes queridos. Tenho medo por todas as pessoas mais vulneráveis, que são atingidos não só pelo vírus, mas também pela consequência do mesmo. O desemprego que já era uma realidade diária se tornou ainda maior depois do começo da pandemia. Para somar tantas desigualdades junto ao desemprego vieram a fome, a depressão e o aumento de pessoas morando em situação de rua. É como se estivéssemos tentando ficar em pé, em um cenário que está totalmente de cabeça para baixo.
 A pastoral do Povo da Rua, que nesse tempo de pandemia se mostrou sempre em movimento, instalou no dia 11 de junho um novo desafio, um projeto realizado na Serraria Souza Pinto. Neste espaço, que funciona de domingo a domingo com ajuda de técnicos e muitos voluntários, os moradores em situação de rua têm a oportunidade de tomar um lanche, ter atendimento social em que experimentam um ambiente de fala e escuta. Aproximam-se da humanidade e de valores, que pareciam já não existirem mais na realidade em que vivem cotidianamente. Alheios à sua própria identidade pessoal conseguem também adquirir, novamente, os seus documentos, têm acesso a doações de roupas e a chance de tomarem um banho bem quentinho. O que para muitos é banal para a população do povo em situação de rua é DIGNIDADE. Passam pela Serraria mais de 350 pessoas por dia, entre crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. De lá saem com o desejo de retornar no dia seguinte. Vejo no rosto e nas palavras a gratidão de cada morador que passa pelo local. Tudo isso nos impulsiona romper com os muitos medos. Não me sinto satisfeita com os poderes públicos pelo descaso com a vida humana. É muita invisibilidade conferida à dores humanas.
 “Parem de nos matar”... Súplica de um morador em situação de rua. Ao lermos essa frase, logo sentimos a dor com que esse morador expressa a sua tristeza, mas não percebemos que também nós os matamos, todas às vezes, que passamos ao lado de todas as pessoas que se encontram nessa situação e os tratamos como invisíveis ou quando olhamos indiferentes? Falta-nos compaixão. Somos muito bom juízes, quando sem ao menos ouvi-los o julgamos, não respeitamos as suas escolhas, quando os nossos olhos não enxergam a dor, que existe atrás de cada face. 
Ainda pela Pastoral do povo de Rua aos sábados pela manhã saímos para entregar pão e toddy. Enquanto entregamos o café conseguimos ter um contato maior com muitos deles. Aumenta em nós o sentimento de insatisfação ao nos depararmos com o os lábios ressecados e pés rachados, feridos que conseguem retratar como é dura a realidade de quem mora na rua. Fica sempre em nós o desejo de querer fazer mais. Respeitamos as escolhas e acolhemos cada um da maneira que eles são. 
É muito bacana vivenciar essa experiência com tantas outras pessoas que se dispõem a estar ali e doar um pouco do tempo para ajudar o próximo. Que Deus abençoe todo essa situação, que nós estamos enfrentando com fé. O mais importante mesmo é a nossa confiança no tempo que é só Dele.
Desejo a todos muita paz, amor e confiança no coração. Enfrentemos juntas, essa pandemia. 
Sintam-se abraçados neste momento.

 Luiza Helena

GRATIDÃO...!

90 ANOS DE IRMÃ CRISTINA

A Vida é um Dom de Deus e deve ser Vivida na Abundância do Amor! Celebramos os 90 anos de Irmã Maria Cristina. Em nossa comunidade, oferecemos-lhe o que tínhamos de melhor, pedimos ao Frei Paulinho para celebrar a Eucaristia conosco. Foi emocionante o valor da Eucaristia vivida em comunhão.  Tempo de gratidão! Em torno da mesa, o lugar dos privilegiados se faz na partilha da Palavra e do Pão em sinal supremo da amizade, do carinho e da alegria. Com danças e também uma sessão de fotos e vídeos tivemos esse dia especial. 
Compartilhamos as palavras de Ir. Cristina nesse momento celebrativo. 


Ser discípulo e discípula de São Domingos nestes tempos de pandemia

  

Carta das Lideranças Dominicanas no Brasil, por ocasião 
da Festa de São Domingos de Gusmão, a ser celebrada no próximo dia 8. 







 
  04 de agosto de 2020
   São Domingos rompeu com o triunfalismo da Igreja do século 13, que tanto escandalizava os pobres, a ponto de provocar dissidências na Cristandade (cátaros e albigenses, por exemplo). Com seu testemunho, fez radical opção pelos pobres, tornando-se mendicante e, ao fundar o que hoje conhecemos como Família Dominicana, desejou ver a Igreja retornar às suas origens evangélicas. Domingos assumiu e propagou a espiritualidade de Jesus, marcada por sua vida de denúncias das opressões e compromisso com os pobres, o que lhe trouxe inúmeros conflitos pessoais e políticos.

   Muita gente, ainda hoje, se pergunta por que Jesus fez tal opção pelos pobres? A resposta continua óbvia: porque Jesus sabia que todo pobre é, de fato, um empobrecido, ou seja, uma vítima da injustiça social. A pobreza não é uma escolha, mas sempre um estado de carência e, por isso, não há, na Bíblia, um só versículo que diga que ela é agradável a Deus. Ao contrário, ela sempre aparece como um mal, fruto da injustiça que ameaça a vida plena. Assim, Deus não está do lado da pobreza, mas está sempre do lado do pobre, que é um bem-aventurado diante de seu coração e seus olhos.

   Jesus assume a causa dos pobres e, por isso, sua vida foi fundamentalmente política e ele sempre falou do Pai em sentido político. O Deus de Jesus não admite nenhuma ordem política que negue o direito à vida, mas é um Deus que deseja o bem comum e preza por valores como a fraternidade, a solidariedade e o bem-estar de todas as pessoas. Jesus traduziu muito bem esse Projeto: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10,10). 

  A pandemia da Covid-19 é uma séria ameaça à vida humana. Hoje ultrapassamos 95 mil mortes no Brasil, vítimas desta doença! Devido à ineficácia e ao descaso das Políticas Públicas, marcadas pelo imediatismo e pela insensibilidade e irresponsabilidade diante da morte, a pandemia no Brasil é um verdadeiro genocídio, cujos efeitos colaterais desvelam as desigualdades que marcam, há anos, a nossa história nacional: fome, miséria, desemprego, precarização das condições de trabalho, falência de empreendimentos, refluxo da economia, desestabilização do sistema escolar, etc. 
  O que faria Domingos em uma conjuntura como esta, que chegou a vender seus livros, feitos de peles de animais, para salvar peles humanas? O que ele espera de nós, seus seguidores e suas seguidoras? Certamente ele assumiria três atitudes: 

 1ª) Denunciar as causas desse genocídio: o surgimento do vírus por desequilíbrio socioambiental; a inoperância de certos governos (e, no Brasil, especialmente); o sucateamento do Sistema Público de Saúde; a seletividade social das vítimas; enfim, toda a insensibilidade e frieza diante da perda de dezenas de milhares de vidas.

  2ª) Suscitar ações efetivas de solidariedade às vítimas, às suas famílias e aos setores mais vulneráveis da população: organizar mutirões e mobilização popular junto às populações pobres, para aliviar o sofrimento; promover distribuição de cestas básicas e produtos de higiene; ajudar iniciativas como as hortas e cozinhas comunitárias; ministrar cursos profissionalizantes às pessoas desempregadas; facilitar o acesso dos mais pobres aos recursos de internet, entre outras possíveis iniciativas.

   3ª) Realizar ações formativas que levem à ruptura com os diversos fundamentalismos, porque estes se desdobram em violências contra as pessoas vulneráveis pela ação de seu Direitos. 

    Essas atitudes exigem de nós ainda mais: precisamos repensar a nossa missão dominicana. Como filhos e filhas de Domingos, somos discípulos e discípulas de Jesus? Em nossas missões, especialmente junto a Paróquias, Escolas e Movimentos Sociais, estamos sendo capazes de despertar o povo para o alcance da crise socioambiental da Encíclica Laudato Si? Nossa Evangelização é meramente exortativa e sacramentalista ou também mobilizadora em favor das causas dos pobres e em prol da Justiça?

    São questões que devemos responder com uma espiritualidade de compromisso libertador, assumindo a atitude de uma “Igreja em saída”, tão enfatizada pelo Papa Francisco. Nesta perspectiva, precisamos testemunhar uma Igreja que não seja fechada em sua expressão de conforto e omissão, como é o caso de certas estruturas conventuais, fundadas no distanciamento dos pobres e no receio de desagradar aos ricos. 

    Diante de quem bate às nossas portas com fome, chegou a hora de nós, também, “vendermos nossos livros” para alimentar as pessoas famintas, escravas, desempregadas, cansadas e desesperançadas de todo tipo.

    Desejamos a benção divina de saúde e paz a todas e todos. 

    Assinam esta Carta: as lideranças dominicanas do Brasil, a saber: 
    
    • Frei José Fernandes Alves, Prior Provincial da Província Frei Bartolomeu de Las Casas e Coordenador da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil 
   • Irmã Flor de Maria Callohuanca Aceituno, Priora do Mosteiro Cristo Rei 
   • Irmã Jacinta Fátima Souza, Presidente da Federação das Irmãs Dominicanas do Brasil
   • Irmã Solanje Tavares de Carvalho, Priora Provincial das Irmãs Dominicanas de Monteils
   • Irmã Maria do Bonfim, Priora Provincial das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena • Irmã Maria Generosa Barbosa, Priora Provincial das Irmãs Dominicanas da Beata Imelda
  • Irmã Solange Damião, Priora Provincial das Irmãs Dominicanas Romanas de São Domingos
  • Irmã Judite Santana, Priora Provincial das Irmãs Dominicanas de Santa Maria Madalena • Irmã Rosa Pinto, Delegada Geral das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Sacramento
 • Irmã Maria de Fátima e Silva, Priora Regional das Irmãs Dominicanas de Melegnano 
 • Irmã Mariza de Fátima Assis, Priora Regional das Irmãs Dominicanas de São José 
 • Irmã Marina Estevam de Jesus, Delegada Provincial das Irmãs Dominicanas da Anunciata 
 • Irmã Maria Cleide Pires de Andrade, Delegada Regional das Irmãs OPs da Apresentação
 • Irmã Judith Gomez, Coordenadora da Casa dos Sonhos das Irmãs OPs do SS. Nome de Jesus 
 • Irmã Lucimar Custodio da Silva, Vigária das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena 
 • Rodrigo Barreto Rodrigues, Coordenador das Fraternidades Leigas Dominicanas 
 • Giovanna Araújo Santos, Coordenadora Nacional do Movimento Juvenil Dominicano – MJD 


Segue o link da "Carta das Lideranças Dominicanas no Brasil":

http://www.dominicanos.org.br/site457/arquivos/4da689f319947d28b18d472e4d414587.pdf

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terça-feira, 28 de abril de 2020

SANTA CATARINA DE SENA, VIRGEM, E DOUTORA DA IGREJA

 "Aquela misericórdia que eu quero para mim, convém-me dá-la aos outros."


Nasceu em Sena(Itália), em 1347. Ainda adolescente, movida pelo desejo de perfeição, entrou na Ordem Terceira de São Domingos. Cheia de amor por Deus e pelo próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e concórdia entre as cidades; defendeu com ardor os direitos e a liberdade do Romano Pontífice e promoveu a renovação da vida religiosa. Escreveu importantes obras de espiritualidade, cheias de boa doutrina e de inspiração celeste. Morreu em 1380.

Frases de Santa Catarina 



  •  “ Quem se apaixona por Mim, jamais cessa de trabalhar pelos outros.” Jesus a Catarina de Sena
  •  “Pela paz se eu pudesse, daria mil vezes a vida.” Catarina de Sena
  •    Atenta ao que acontece com o mundo conhecido de então.
  • “ Aquela misericórdia que eu quero para mim, convém-me dá-la aos outros.” Catarina de Sena
  •   A justiça tem de ser exercida com imparcialidade. Defesa do direito dos oprimidos, os que não têm voz nem vez.  Catarina de Sena
  •  “Catarina é o maior gênio político feminino da Itália, colocado ao serviço de Cristo, pela sua santidade.” Ada Negri
  • “ Prefiro andar sem capa do que andar sem caridade.” Catarina de Sena
  •  “ Mas vós, providenciai generosamente aos pobres, fazendo-vos os seus defensores e, se puderdes, defendei sempre os direitos dos pobres.” Catarina de Sena
  •  “ Quem não persevera, jamais realiza os seus desejos, levando a termo o que começou.” Catarina de Sena “ Quem não persevera, jamais realiza os seus desejos, levando a termo o que começou.”
  • “ A pérola da justiça resplandeça sempre no vosso peito, fazendo ultrapassar todo o amor próprio, de tal modo que atendais ao bem universal da vossa cidade e não ao vosso bem particular.” Catarina de Sena
  • “ Ninguém pode ser útil ao próximo através do ensino, do exemplo e da oração, se antes não cuidar de si, pela aquisição das virtudes.” Catarina de Sena
  • “ Seria muito louco aquele que desprezasse uma flor, por medo dos espinhos.” Catarina de Sena
  • “ Ninguém nesta vida vive sem cruz. É nas adversidades que se prova o amor.” Catarina de Sena
  • “ De entre os espinhos das tribulações, aprende a colher a rosa da paz e da concórdia.” Catarina de Sena
  •  “ Sou Aquele que gosta de poucas palavras e de muitas ações”. Jesus a Catarina de Sena
  •  “ Creio fazer mais por vós depois da minha morte.” Catarina de Sena


Oração 

Ó Deus, que inflamastes de amor Santa Catarina de Sena, na contemplação da paixão do Senhor e no serviço da Igreja, concedei-nos, por sua intercessão, participar do mistério de Cristo, e exultar em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

https://pt.slideshare.net/MRosario/santa-catarina-de-sena



https://www.youtube.com/watch?v=9wKmya_rJZU

sábado, 21 de março de 2020

Família Dominicana unida em oração neste sábado




Diante da crise de saúde que assola a maior parte do mundo, as Fraternidades Leigas de Santo Domingo de Espanha propõem ao resto da Família Dominicana para que se una à oração, sem sair de suas casas e conventos. 
 
Frades, monjas, sacerdotes, leigos e jovens se reunirão no sábado, 21 de março, às 18h de suas casas e comunidades, para rezar juntos, pedindo a intercessão da Virgem Maria na luta contra a pandemia de coronavírus.

“A Ordem Dominicana - explica uma nota – viveu muitas epidemias ao longo de sua história, em todas sofreu muito, mas também soube reagir bem, pois se esforçou em fazer o que era correto e, acima de tudo, se colocou nas mãos de Deus”.

Da mesma forma, recorda que no número 3 de sua Regra, São Domingos de Gusmão afirma que somos convocados comunitariamente a ter um só coração e uma só alma diante de Deus.
Assim, com esta oração, queremos colocar o coração da Ordem dos Pregadores nas mãos de Deus, para que ajude na dura prova da emergência devido à pandemia de Covid -19 e, acima de tudo, para ajudar e confortar aqueles que mais sofrem. 
Durante a oração comunitária, será lida a carta do Mestre da Ordem, frei Gerard Timoner, onde enfatiza que neste período de quarentena da Quaresma, somos chamados a parar e refletir sobre a proximidade de Deus conosco.

"Quando a celebração pública é suspensa para o bem-estar dos fiéis - observa ele -, percebemos a importância da comunhão espiritual." Ademais, ele compara esse longo período de abstinência da Eucaristia como "um prolongado Sábado Santo, quando a Igreja se abstém da celebração da Eucaristia meditando sobre a Paixão do Senhor e aguardando sua ressurreição". 

A carta do frei Timoner convida a continuar rezando por todos os doentes, por quem cuida deles, pelos que fazem todo o possível para encontrar maneiras de superar a pandemia e também por alguns membros da Família Dominicana que, no norte da Itália, contraíram o vírus.

Em seu chamado a mostrar gestos de proximidade em um momento em que o bem comum exige "distanciamento social", o Mestre dos Dominicanos mostra como é paradoxal que hoje, diante dessa crise da epidemia, o isolamento, o manter a distância entre nós, significa que realmente nos preocupamos uns com os outros, porque queremos deter a transmissão do coronavírus, que já tirou a vida de muitas pessoas em todo o mundo. 

A contradição entre o chamado a difundir o Evangelho entre as pessoas e o chamado a se isolar, a manter distância para impedir a propagação do coronavírus, é uma lição para frei Timoner, porque a pandemia mostra claramente que, para que algo circule, são necessários o encontro pessoal e a proximidade. 

"Quando a crise acabar - exorta o Mestre da Família Dominicana - não esqueçamos a lição: se quisermos que o Evangelho circule em nosso mundo secularizado, é necessária a mesma proximidade, e o encontro pessoal”. 

Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-03/dominicanos-oracao-coronavirus.html. Acesso: 22 de março 2020

O Sal da Terra


 Anda! Vem que tá na hora de arrumar


O Sal da Terra - Beto Guedes
Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar

Tempo!
Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver

A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da

Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã

Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã

Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois

Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra

Tempos de isolamento

O que vamos fazer?

Ainda que a ideia de isolamento nos encarcere em sombras, medos e solidão, somos movidos ao encontro do essencial em nós.
Cada indivíduo é provocado ao recolhimento, olhar para a realidade caótica instalada pelo COVID-19 e descobrir modos de vida para a vivência desse tempo.
Interessante o movimento interno que faço. Sempre apelei por um tempo a mais para realizar minhas tarefas. Muitas vezes, tentei classificá-las em necessárias, prioritárias e essenciais.
Agora, está imposta uma nova ordem. Tudo é essencial!
O essencial para mim sempre foi a oração, a empatia, a busca do autoconhecimento, a literatura.
Ah! A literatura... essa essência pulsante em mim e no mundo, sempre sensível às realidades.
Tantos períodos de isolamento já foram vivenciados pelas sociedades mundo afora. Estou certo de que, você se recorda pelo menos de algum. Ouso citar, aqui; outros: o holocausto, a Guerra fria, a Primavera Árabe, a realidade das duas Coreias do Norte e do Sul, a ditadura Militar no Brasil, os números alarmantes de casos de dengue, o rompimento das barragens de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), e tantos mais.
Tudo virou obra- prima literária. Exemplifico: A obra – O diário’’ de Anne Frank Editora: Novo Século – livro escrito por ela mesma e a obra – Um dia, um rio – Leo cunha. Editora Pulo do Gato.
Quando não há respostas efetivas e claras para tamanhas realidades, surgem a fé e a literatura. Ambas nos alargam o interior e alimentam a esperança.
Caros, amigos-leitores (ouvintes), escolham boas fontes de energia. Nesse instante sugiro que apreciem o filme: Sociedade Literária e a torta de casca de batata, dirigido por Mike Newell disponível na NetFlix, que dialoga com nosso tempo.
Não nos fechemos no medo, nas culpas. É tempo de mudança!
Vai passar!
Tem jeito.

 AUTORIA: Fabrício Vieira de Moura
fabriciovieira@pbh.gov.br
http://lattes.cnpq.br/2741734138383387
Professor na rede pública municipal e estadual de Belo Horizonte.
Mestre em Letras/UFMG.
Leigo Dominicano –  FLD/Fraternidade Leiga Dominicana Santa Catarina de Sena/ Barreiro- BH.