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sábado, 28 de abril de 2012

Frases de Santa Catarina de Sena


Santa Catarina de Sena


– SUA VIDA

1) - Nascimento e primeiros anos
Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Este casal teve 25 filhos, sendo a nossa Santa o 23 ou 24 (nasceram duas gémeas). Entre todos os seus irmãos, Catarina, foi a única dos filhos que sua mãe pôde amamentar com o leite materno. Seu pai, que exercia a procissão de tintureiro, embora não fosse rico, gozava dum modesto rendimento, era muito trabalhador e dedicado à família.
Filha duma família cristã, principiou, desde tenra idade, a sentir grande tendência para a vida de piedade. Aos 5 anos, subia as escadas de joelhos, rezando a cada degrau, uma Ave-maria. Aos 6 anos, o Senhor quis mimoseá-Ia com a sua primeira manifestação sensí­vel: Cristo aparece-lhe sentado num trono, revestido com resplandecentes ornamentos pontificais, tendo a cabeça cingida com uma tiara papal, abençoando-a com a mão direita. Aos 7 anos, fez voto de virgindade, e aos 12, segundo o costume do país e da época, apesar de ser muito criança, seus pais pensaram em casá-la, mas recusou energicamente o matrimónio. No entanto, levada pelos falsos conselhos duma irmã, começou por se deixar mundanizar.
Este período parece ter sido curto. Tratava-se apenas de imperfeições de criança; chorou-o arrependida, durante vários anos. Depois, intensificando as suas penitências, fixou-se numa espécie de vida religiosa, fazendo, mais tarde, os três votos religiosos, que viveu intensamente, apesar de sempre ter vivido no mundo. Durante muitio tempo não tomou outro alimento, excepto pão e ervas cruas.

2) - É recebida na Ordem Terceira ou Laicado de S. Domingos
Enquanto pensava na vida religiosa das grandes Ordens, S. Domingos apareceu-lhe e prometeu-lhe, que, mais tarde ia ser recebida na sua grande família espiritual. Na cidade de Sena havia um numeroso grupo de Terceiras dominicanas, as quais, embora usassem o hábito da Ordem, (chamavam-se Mantellate), viviam em suas próprias casas. Aos 16 anos, depois de muitas instâncias, Catarina foi recebida na Ordem Terceira de S. Domingos, indo-se juntar ao grupo das Mantellate.
As aspirações da nossa Santa foram assim realizadas em plena conformidade com o género de vida que já se havia proposto. Doravante, passou a encerrar-se num pequeno quarto, que lhe fora designado, vivendo aí como eremita, unicamente ocupada das coisas de Deus, saindo apenas à igreja e ainda para orar. Empregava a noite e o dia em colóquios divinos para orar o mais tempo possível. Chegou a dormir apenas meia hora em cada noite.
Catarina era estimulada, no meio deste ambiente, por graças sobrenaturais, sendo visitada pelo próprio Cristo, e também pelos conselhos e exortações dos dominicanos.

3) - Sua vida apostólica
Aos 20 anos, o Senhor ordenou-lhe se dedicasse ao apostolado e daí em diante levasse uma vida mais activa, sem afrouxar a sua intensa vida de oração. Desde então multiplica as suas obras de caridade. Socorre os pobres, cuida dos doentes, manifestando, sobretudo, uma acrisolada abnegação durante o tempo em que a peste invadiu a Itália. Exorta os ímpios à emenda de vida, extingue vinganças e ódios, etc., etc.
Depois de ter obtido a perfeição na fé, pede ao Senhor a perfeição na caridade. Desde então, quantos dela se aproximavam, sem excepção de ninguém, notavam que os acontecimentos exteriores, contradições e sofrimentos, de maneira alguma perturbavam a sua alma. Amava a todos, com um coração verdadeiramente maternal.

4) - Seu entranhável amor à Igreja
Uma das principais características que manifestou em sua vida foi o seu amor e fidelidade à Igreja. Naquele tempo, em que a terrível peste corporal assolava por toda a parte e uma outra peste espiritual, não menos deplorável, provocavam uma enorme decadência no seio da Igreja, Catarina sentiu-se impelida a usar de entranhas maternais para com todos e especialmente para com os doentes fisicamente e também a servir-se da sua intervenção diplomática e política a favor do maior bem da Igreja e da paz entre os Estados. Esta grande actividade foi desenvolvida por Santa Catarina, sob a influência do seu confessor, Beato Raimundo de Cápua, O. P., a partir de 1375 ou 1376. O Papa Gregório XI, à semelhança dos seus predecessores, desde 1309, passara a residir, desterrado, na cidade francesa de Avinhão. As questões da Igreja interessavam intensamente a Catarina. Chegou mesmo a pedir uma cruzada ao Papa Gregório XI, que a decretou (1373), e cuja promulgação, em Itália, foi confiada ao Beato Raimundo. Infelizmente, a guerra entre a República de Florença e a Santa Sé, tornaram esta cruzada pacífica impossível. Este Papa tinha tal confiança na nossa Santa, que a fazia muitas vezes falar em pleno consistório dos cardeais.
Foi a Avinhão, junto de Gregório XI, acompanhada de 22 de seus discípulos (homens e mulheres), convencer o velho Papa a voltar para Roma. As suas súplicas e rogos foram ouvidos: Gregório XI abandonou Avinhão dirigindo-se para Roma, a 13 de Setembro de 1377. E isto, apesar das suas repugnâncias pessoais, da agitação política na Itália e da sua avançada idade. Todos estes pretextos foram vencidos, graças às instâncias de Catarina. Desde que regressou a Roma, a sua acção requerida pelo mesmo Papa, como mensageira da paz e do bem da Igreja, continuou a manifestar-se.
Morto este Papa em 19 de Março de 1378, sucede-lhe Urbano VI. Santa Catarina, que já o conhecia, quando era arcebispo de Arenza, principia a contactar com ele que, apesar do seu áspero temperamento e embora se tratasse duma mulher com fama de santidade, solicita a sua ajuda para bem da Igreja.
A 20 de Setembro de 1378, principiava o grande Cisma do Ocidente que ela profetizara. O anti-papa Clemente VII instalava-se em Avinhão. Estes tristes acontecimentos, cujas consequências para a Igreja e para o mundo foram graves, faziam-na sofrer imenso. Trabalhou quanto pôde para evitar o Cisma, mantendo-se sempre fiel ao legítimo Vigário; de Cristo. Doravante Catarina transpôs contra Clemente VII toda a sua mística cruzada, mas nada conseguiu.

5) - Seus fenómenos místicos extraordinários
Os fenómenos místicos tornaram-se cada vez mais maravilhosos na vida da Santa senense: visões, êxtases, comunhão milagrosa, etc.
O seu jejum de 55 dias contínuos, na Quaresma de 1371, durou desde o Domingo da Paixão até à festa da Ascensão. Neste período de tempo, foi-lhe impossível tomar qualquer género de alimento, excepto a Sagrada Eucaristia, mantendo-se sempre alegre e com perfeita saúde. Aprendeu milagrosamente a ler.
Um dia, suplicando ao Senhor para lhe tirar o seu coração, Cristo apareceu-lhe e Catarina sente que Ele lho havia tirado e lho leva; dois dias depois, o Senhor volta, trazendo-lhe um coração vermelho e brilhante.
Aproximando-se dela e abrindo-lhe o peito, diz-lhe: «Minha filha, há dias, tirei-te o teu coração; agora dou-te o Meu, que doravante te vai servir em vez do teu». Ela, que antes costumava dizer: «Senhor, dou-vos o meu coração», desde então passou a dizer: «Meu Deus, dou-vos o Vosso coração».
Em princípios de 1375, quando pregava uma mística cruzada na cidade de Pisa, intensificava-se no seu íntimo uma profunda devoção à Paixão do Senhor e uma viva aspiração pelo martírio. No 4º Domingo; da Quaresma desse ano, dia 1 de Abril, após o seu confessor ter celebrado missa na Igreja de Santa Cristina daquela cidade, e ter-lhe dado a comunhão, a nossa Santa, como de costume, ficou em profundo êxtase. Voltando a si, chamou o Beato Raimundo, e diz-lhe em voz baixa: «Sabei, Padre que pela misericórdia do Senhor Jesus, possuo em meu corpo as suas chagas».
De facto, havia recebido os estigmas dolorosos da Paixão, mas, segundo a sua narração e a seu pedido, ao ser atingida por cinco raios de sangue, que saíam das chagas do Crucificado, suplicou-lhe que não ficassem visíveis em seu corpo, pois bastava que as trouxesse invisivelmente impressas em sua carne. Então os cinco raios de sangue mudaram-se subitamente em cinco raios brilhantes, atingindo-lhe as mãos, os pés, e o lado. Confessou que sentia uma dor intensíssima, permanecendo vários dias como agonizante. Já anteriormente havia recebido uma chaga (também invisível) na mão direita.
Cristo tinha prometido desposá-la na fé. Este matrimónio místico realizou-se na terça-feira de Carnaval, 2 de Março de 1376. O Senhor dirigiu-lhe estas palavras: «Já que por Meu amor renunciaste a todos os prazeres do mundo e só em Mim te queres regozijar, resolvi desposar-te na fé e celebrar solenemente contigo as minhas bodas...».
E colocou um anel de ouro no dedo da sua esposa.

B – MESTRA DE VIDA ESPIRITUAL

Na família dos Benincasa não houve tempo para aprender a ler. Mas Nosso Senhor, que a levava por caminhos extraordinários, ensinou-a, como já ficou dito, a ler e a escrever. Isto teve lugar durante o curto espaço de um êxtase. Afirmou-o uma testemunha do processo de Canonização, a qual diz que Catarina, ao sair do êxtase, redigiu algumas linhas dirigidas a D. Estêvão de Sena: «Saibas, meu querido filho, que esta carta é a primeira que escrevo em toda a minha vida».
O Senhor ia-a dotando de graças extraordinárias que iriam permitir cumprisse perfeitamente a sua missão para bem da Igreja «Corpo Místico de Cristo» cujos sofrimentos a dilaceravam. Para Catarina «a Igreja era o próprio Cristo», a Igreja não tinha a Paz interna e externa.
Assim lho dissera Jesus: «Minha filha bem-amada, dei-te uma vida nova. A minha graça transbordando, para o teu corpo, comunicar-lhe-á um modo de existência extraordinário e obrarás prodígios maravilhosos... A tua linguagem será outra, o teu espírito esclarecido. Viajarás; viverás entre a multidão; alguns enviar-tos-ei a ti outros enviar-te-ei a eles. Levarás o meu nome aos nobres e aos clérigos e aos Pontífices. Governarás o povo cristão a fim de que a tua fraqueza confunda os orgulhosos. Por tisalvarei muitas almas. Não temas nada, eu estou contigo».
Em parte já o vimos quando falámos da paz que estabeleceu entre cidades em guerra, da influência que exerceu para que o Papa deixasse Avinhão e viesse para Roma, sede da Cristandade. «Voltai-vos todos para Roma... É Cristo que o quer! Assim virá a verdadeira paz...».
Santa Catarina pouco escreveu pelo seu próprio punho; não lhe era possível pela maneira extraordinária de escrever.

1) - Cartas
Com efeito ditava as suas numerosas e variadas cartas, simultaneamente a dois ou três secretários. Ditava sem interrupção e sobre assuntos diferentes e a pessoas também diferentes: ao Papa, a Cardeais, a eclesiásticos e a leigos de ambos os sexos. Totalizam mais de 400 (5 volumes), sem investigar e sem que frase alguma seja inútil. Terminava-as com esta fórmula: «Permanecei na santa e doce dilecção de Deus. Doce Jesus, Jesus amor». Através delas foi uma insigne directora de almas a quem os seus dirigidos chamavam a «santa» a «dolcíssima Mamma».

2) - Orações
São em número de 26. Foram pronunciadas por Santa Catarina e escritas pelos seus discípulos. Datam dos últimos anos da sua vida, e, repletas de unção e fervor, revelam a profunda intimidade que alimentava com Deus, Jesus e a Virgem Maria.

3) - O Diálogo
Porém, a obra mais extraordinária é o Diálogo, inteiramente ditado em êxtase e contém o que o eterno Pai se dignou camunicar-lhe nesses momentos.
Foi composto no espaço de 5 dias e calcula-se que tenha levado uma média de 5 horas de ditado cada dia. Começou-o num sábado, 9 de Outubro de 1378, e provavelmente estava terminado no dia 13 desse mês.
Santa Catarina não deu, em rigor; um título à sua obra. Os contemporâneos chamaram-lhe: Tratado da Divina Providência ou Livro da Misericórdia e deram-lhe o subtítulo de: Livro da Doutrina Divina.
O assunto são quatro pedidos que ela dirige a Deus Pai:
1) - Para si: Adquirir o conhecimento da verdade;
2) - Para o mundo: Que Deus fizesse misericórdia ao mundo;
3) - Para a Santa Igreja: a) - Que Deus viesse em auxílio da Igreja; b) - Que a sua Providência se estenda a todas as coisas;
Com o andar dos tempos o Diálogo teve numerosíssimas edições e traduções, mesmo em português, assim como as Orações e as Cartas, pelo menos em parte.
A sua doutrina não foi adquirida, mas infusa; ela foi mais mestra do que discípula.

C – SANTA MORTE
Morreu em Roma, em 1380, a 29 de Abril, estando presentes a sua mãe, e muitos dos seus discípulos, homens e mulheres. Foi sepultada na Igreja de Santa Maria da Minerva. O Papa Pio II, a 29 de Junho de 1461, elevou-a às honras dos altares e Paulo VI, a 4 de Outubro de 1970, proclamou-a «Doutora da Igreja», que iluminou e ilumina com sua vida santa e sua doutrina toda do céu. No ano 2000 o Papa João Paulo II proclamou Santa Catarina de Sena co-padroeira da Europa juntamente com Santa Teresa Benedita da Cruz e Santa Brígida da Suécia.
«Jamais homem algum falou assim; - diziam os Cardeais – não é uma mulher que fala; é o Espírito Santo que fala pela sua boca».
No cumprimento da missão que Deus lhe confiara, - disse o P. Monléon, O. P. - manifestou-se «como redentora do Pontificado e defensora da Igreja; pacificadora de povos, e unificadora de antagonismos; promotora de cruzadas e condutora de multidões; directora de almas e mestra de santidade; restauradora da moral pública, da justiça social e da piedade familiar; doutora do estudo teológico, da vida mística, do gosto literário e do renascimento das artes...».

Fonte: www.dominicanos.pmeevolution.com

quarta-feira, 25 de abril de 2012

SANTA CATARINA PREGA AO PAPA E AOS CARDEAIS


Estava a terminar o verão de 1379 quando Catarina recebeu uma carta de Roma do seu grande amigo e confessor Frei Raimundo de Cápua. O Papa Urbano VI tinha-o incumbido da missão de trazer Catarina para Roma e ele pedia-lhe que viesse.
A resposta de Catarina não foi imediata, não só porque apenas há pouco tempo estava de regresso a casa e aos seus, mas também, e sobretudo, porque havia bastantes vozes críticas relativamente à sua movimentação e viagens. Havia gente que se escandalizava e que comentava que o lugar de uma religiosa era no mosteiro e não nos caminhos e nos negócios dos homens. Catarina vê-se assim confrontada com a necessidade e o pedido de ir para Roma, mas também com o escândalo que isso provocaria naqueles que a conheciam e desejavam junto de si.
Face a esta situação Catarina escreve a Frei Raimundo de Cápua, confessando que sempre viajou por obediência a Deus ou ao seu Vigário e pela salvação das almas. Se agora a razão é a mesma, espera uma ordem escrita do próprio Papa para que possa deslocar-se para Roma, e também para que mais ninguém se escandalize com as suas deslocações. Essa ordem chega dias passados, pois o Urbano VI quer tê-la em Roma e junto de si.
Desta vez Catarina viaja com um grande grupo de acompanhantes entre Irmãs da Penitencia e alguns dos seus filhos espirituais e seguidores. Todos eles preferem mendigar com a Santa o seu comer do que ficar em Siena privados da sua companhia e ensinamentos. Muitos mais a queriam acompanhar, mas ela opôs-se a isso, o grupo já era numeroso.
Quando chegou a Roma no final de Novembro a cidade estava em pé de guerra. Urbano VI por a ver e ter consigo pediu-lhe que dirigisse algumas palavras aos cardeais e à cúria romana que o acompanhavam. Só ela podia mudar alguma coisa no coração daqueles homens.
Catarina, como boa filha de São Domingos, fez uma eloquente pregação na qual, tratando da grave questão que era o cisma, apelou e exortou à constância e força de cada um para o combate da divisão da Igreja. A Providência Divina vigia sobre todos, mas de modo especial sobre aqueles que sofrem com a Igreja e pela Igreja, portanto era necessário continuar a obra de reforma, de combate contra os vícios, confiantes nessa Providência.
Quando Catarina terminou Urbano VI falou assim aos cardeais:
Vede meus irmãos, como somos tímidos, como somos culpáveis diante de Deus, face a esta pequena mulher. Ela que devia ser a tímida, a fraca, mostra-se a forte, a confiante, e encoraja-nos a sermos também fortes e a não vacilar. Quando todo o mundo está contra o Vigário de Cristo que deverá ele temer? Não é Deus Todo-Poderoso mais forte que o mundo? É portanto impossível que Ele abandone a sua Igreja”. Urbano VI encorajava-se assim a ele próprio e aos cardeais que estavam com ele.
Depois deste encontro Catarina continuou em Roma, sempre à disposição do Papa e da luta pela unidade e reforma da Igreja.



Fonte: http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com.br

terça-feira, 24 de abril de 2012

29 de abril - festa de Santa Catarina de Sena

Santa Catarina de Sena nasceu em Sena, Itália, em 25 de março de 1347. Era a mais moça de vinte ou mais irmãos. Catarina desde pequena tinha visões e fazia penitências e austeridades, contra uma severa oposição familiar. Aos sete anos consagrou sua virgindade a Cristo e com apenas 16 anos tomou o hábito da Terceira Ordem Dominicana. Sempre sofria de doenças e praticamente não se alimentava, à exceção do Santíssimo Sacramento.
Santa Catarina tinha um grupo de seguidores que a acompanhava em suas inúmeras viagens. Foi responsável por várias conversões. Ela não sabia escrever, mas ditou mais de 350 cartas e o livro Diálogos, que trata da vida espiritual do homem em forma de uma série de colóquios entre o Pai Eterno e a alma humana (representada pela própria Santa Catarina).
Os últimos anos de sua vida foram dedicados a questões políticas da Igreja. Nesta época, o Papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas. Santa Catarina juntou-se às pessoas que clamavam pela volta do Papa Gregório XI a Roma. Em 17 de janeiro de 1377, o dia em que o Papa partiu de volta para Roma por mar, Santa Catarina e seus seguidores iniciaram o mesmo trajeto por terra.
Em 1378, após a morte de Gregório XI, Urbano VI é eleito Papa em Roma, e um rival é posto em Avignon. Santa Catarina tenta, com suas cartas, o reconhecimento da legitimidade do Papa Urbano VI por parte de governantes e cardeais europeus. O Papa convida-a a Roma para ajudá-lo nesta causa, e ela vai. Em 1380, sofre um derrame e morre dias depois, em 29 de abril. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva, próximo ao de Fra Angelico.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O encontro de Lampião com Eike Batista


17 de abril, Dia de Luta pela Terra: O campo floresce


17 de abril, Dia de Luta pela Terra: O campo floresce - Marcelo Barros


Marcelo Barros é autor de Parábolas do projeto divino no mundo e outros livros.

O mundo saúda o desenvolvimento econômico do Brasil, hoje, país emergente e respeitado internacionalmente. Entretanto, organismos internacionais reconhecem que uma das lacunas mais graves desse desenvolvimento é a falta de uma política agrícola voltada para o povo brasileiro e de uma justiça no campo.
Há 16 anos, em Eldorado de Carajás, no sul do Pará, 155 policiais militares abriam fogo contra 1500 pessoas, homens, mulheres e crianças, acampadas pacificamente às margens de uma rodovia. Assassinaram 19 lavradores e deixaram inúmeros feridos e mutilados. Até hoje, ninguém foi punido por esse crime.
Tantos anos depois que o presidente da República, ainda Fernando Henrique Cardoso, estabeleceu o 17 de abril, como Dia Internacional da Luta pela Terra, a realidade dos lavradores no Brasil continua ignorada e incompreendida. A violência contra os sem-terra continua. Nesse último mês, somente em Pernambuco, foram assassinados dois lavradores sem terra: no dia 23 de março, Antônio Tiningo e já em abril (02), Pedro Bruno. Ambos, vítimas da ferocidade da concentração da terra e da insensibilidade de senhores que se sentem ainda donos de escravos no campo.
Jaime Amorim, membro da coordenação do MST em Pernambuco, afirma: "O latifúndio é essencialmente violento e impede as pessoas de viver e trabalhar no campo. O que ocorreu em Carajás nos dá força e clareza para lutar, pois enquanto houver concentração da terra, a desigualdade, a violência e a falta de democracia no Campo vão continuar".
Para Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e co-fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), é importante esse dia em memória dos mártires de Eldorado de Carajás. Ele declara: "esse dia lembra a força da caminhada dos trabalhadores do campo, que se arrasta desde os tempos de Zumbi dos Palmares até hoje na história do Brasil. A luta pela reforma agrária não é questão de conseguir apenas um pedaço de chão, mas de mudar nosso país. A luta é profunda, ampla e de mudanças".
Um dos grandes desafios dos lavradores no campo é que sua caminhada pacífica e justa seja compreendida e apoiada por toda a sociedade civil do país. Sem dúvida, no mundo inteiro, de todos os movimentos sociais, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) é o que mais conta com o reconhecimento internacional e recebeu diversos prêmios importantes de organizações e instituições reconhecidas no mundo. Entretanto, no Brasil, a maioria dos meios de comunicação social não permite que a sociedade civil conheça melhor os movimentos no campo e saiba realmente o que de fato está acontecendo e que sua luta é em benefício de todo o povo brasileiro e da justiça na terra.
No evangelho, Jesus compara o projeto divino no mundo com um pobre lavrador que joga a semente no campo e depois deve confiar no tempo e na força intrínseca da vida, contida na pequenina e frágil semente. "Depois que ele semeia, quer durma ou levante, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como" (Mc 4, 23- 26). Essa esperança teimosa é o que tem mantido firmes as comunidades de lavradores sem terra na luta pela justiça e liberdade. Que todos nós vivamos a alegria de participar com eles desse caminho pascal
O mundo saúda o desenvolvimento econômico do Brasil, hoje, país emergente e respeitado internacionalmente. Entretanto, organismos internacionais reconhecem que uma das lacunas mais graves desse desenvolvimento é a falta de uma política agrícola voltada para o povo brasileiro e de uma justiça no campo.
Há 16 anos, em Eldorado de Carajás, no sul do Pará, 155 policiais militares abriam fogo contra 1500 pessoas, homens, mulheres e crianças, acampadas pacificamente às margens de uma rodovia. Assassinaram 19 lavradores e deixaram inúmeros feridos e mutilados. Até hoje, ninguém foi punido por esse crime.
Tantos anos depois que o presidente da República, ainda Fernando Henrique Cardoso, estabeleceu o 17 de abril, como Dia Internacional da Luta pela Terra, a realidade dos lavradores no Brasil continua ignorada e incompreendida. A violência contra os sem-terra continua. Nesse último mês, somente em Pernambuco, foram assassinados dois lavradores sem terra: no dia 23 de março, Antônio Tiningo e já em abril (02), Pedro Bruno. Ambos, vítimas da ferocidade da concentração da terra e da insensibilidade de senhores que se sentem ainda donos de escravos no campo.
Jaime Amorim, membro da coordenação do MST em Pernambuco, afirma: "O latifúndio é essencialmente violento e impede as pessoas de viver e trabalhar no campo. O que ocorreu em Carajás nos dá força e clareza para lutar, pois enquanto houver concentração da terra, a desigualdade, a violência e a falta de democracia no Campo vão continuar".
Para Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e co-fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), é importante esse dia em memória dos mártires de Eldorado de Carajás. Ele declara: "esse dia lembra a força da caminhada dos trabalhadores do campo, que se arrasta desde os tempos de Zumbi dos Palmares até hoje na história do Brasil. A luta pela reforma agrária não é questão de conseguir apenas um pedaço de chão, mas de mudar nosso país. A luta é profunda, ampla e de mudanças".
Um dos grandes desafios dos lavradores no campo é que sua caminhada pacífica e justa seja compreendida e apoiada por toda a sociedade civil do país. Sem dúvida, no mundo inteiro, de todos os movimentos sociais, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) é o que mais conta com o reconhecimento internacional e recebeu diversos prêmios importantes de organizações e instituições reconhecidas no mundo. Entretanto, no Brasil, a maioria dos meios de comunicação social não permite que a sociedade civil conheça melhor os movimentos no campo e saiba realmente o que de fato está acontecendo e que sua luta é em benefício de todo o povo brasileiro e da justiça na terra.
No evangelho, Jesus compara o projeto divino no mundo com um pobre lavrador que joga a semente no campo e depois deve confiar no tempo e na força intrínseca da vida, contida na pequenina e frágil semente. "Depois que ele semeia, quer durma ou levante, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como" (Mc 4, 23- 26). Essa esperança teimosa é o que tem mantido firmes as comunidades de lavradores sem terra na luta pela justiça e liberdade. Que todos nós vivamos a alegria de participar com eles desse caminho pascal.
Fonte: ADITAL

domingo, 8 de abril de 2012

Feliz Páscoa!!!



Creio na Ressurreição do Corpo - Rubem Alves


por Do livro Creio na Ressurreição do Corpo
"Os cristãos incluíram uma declaração estranha no seu Credo. Diziam que criam e desejavam a ressurreição do corpo. Como se o corpo fosse a única coisa que importasse...
Mas haverá coisa que importe mais?
Haverá coisa mais bela?
Ele é como um jardim, onde crescem flores e frutos...
Cresce o riso,
a generosidade,
a compaixão,
o desejo de lutar,
a esperança;
a vontade de plantar jardins,
de gerar filhos,
de dar as mãos e passear,
de conhecer...
E ele transborda as águas que vão subindo, e elas saem dele, e o deserto seco vira oásis regado. é assim: neste corpo tão pequeno, tão efêmero, vive um universo inteiro, e, se ele pudesse, bem que daria a sua vida pela vida do mundo.
Mas o corpo não é só fonte que transborda: é colo que acolhe.
O ouvido que ouve o lamento, em silêncio, sem nada dizer...
A mão que segura a outra...
O poema, que é a magia que transubstancia o mundo, colocando nele coisas invisíveis, só reveladas pela palavra...
A capacidade de ouvir as lágrimas de alguém, longe, nunca visto, e chorar também...
O meu corpo transborda e fertiliza o mundo...
Tão simples, tão belo. Mas algo estranho aconteceu.
Algo nos tentou, e começamos a buscar Deus em lugares perversos.
Pensamos encontrar Deus onde o corpo termina: e o fizemos sofrer e o transformamos em besta de carga, em cumpridor de ordens, em máquina para o trabalho, em inimigo a ser silenciado, e assim o perseguimos, ao ponto do elogio da morte como caminho para Deus, como se Deus preferisse o cheiro dos sepulcros às delícias do Paraíso.
E ficamos cruéis, violentos, permitimos a exploração e a guerra. Pois se Deus se encontra para além do corpo, então tudo pode ser feito ao corpo.
Escrevi estas coisas como celebrações da ressurreição.
Na esperança da ressurreição dos mortos.
Para exorcizar a morte, que nós mesmos alimentamos com nossa carne.
Invocações de alegria e beleza.
Quem tem alegria e ama a beleza luta melhor.
Os corpos ressuscitados são guerreiros mais belos porque trazem nas suas mãos as cores do arco-íris.
E os corpos se transformam então em semente que engravida a terra para que nasça o futuro...