Pesquisar este blog

terça-feira, 29 de maio de 2012





Nossa Senhora do Rosário e a Ordem Dominicana


Há 800 anos que Maria protege a Ordem de S. Domingos. Na Festa da Epifania, a 6 de Janeiro de 2008, terminam, oficialmente, as celebrações de 800 anos da fundação da primeira comunidade das Monjas Dominicanas. Entretanto continuam algumas efemérides ao longo dos anos até 2010, data dos 800 anos da fundação da Ordem de Pregadores, por S. Domingos, «totalmente destinada ao anúncio da Palavra de Deus». A comemoração internacional teve início em Prouille, perto de Toulouse, em 2006. Prouille e Toulouse são os dois marcos da fundação da Ordem Dominicana.

S. Domingos, conhecendo o valor da oração, pediu às Monjas que rezassem e pedissem ao Senhor que a Ordem que Ele desejava fundar, fosse para honra e glória de Deus e para bem das almas. O Mosteiro de Prouille, pela oração e contemplação, foi “o ponto de apoio da santa Pregação”.



Logo desde o início, S. Domingos colocou a Ordem sob a protecção de Nossa Senhora. Por conseguinte, a devoção a Maria faz parte integrante do ideal dominicano.

Celebra-se, todos os anos no dia 8 de Maio, a memória litúrgica do “Patrocínio de Nossa Senhora” sobre toda a Ordem. S. Domingos pediu aos seus filhos que nunca deixassem de recorrer a Maria, porque Ela está no coração da Ordem.

Sabemos que Maria ama todas as Ordens e Congregrações religiosas como verdadeira Mãe. Mas a Ordem Dominicana, que foi directamente confiada a Maria, pelo seu Filho, Jesus Cristo, é a Ordem da sua predilecção.

Por ser uma Ordem essencialmente apostólica, anunciando a todos os povos a Palavra de Deus, à imitação de Jesus Cristo, Maria vela, ampara e ama a Ordem que seu Filho lhe confiou. A Ordem é também conhecida como “Ordem da Verdade”, tendo como lema a palavra “Véritas” – (a Verdade) gravada no coração de cada dominicano.

As crônicas dominicanas estão repletas de testemunhos a favor da intervenção de Maria na fundação da Ordem. E, como reconhecimento a Maria, cada religioso promete, na fórmula da Profissão Religiosa, obediência à Virgem Maria. Também uma antiga tradição diz que no mosteiro de Prouille, em 1208, Nossa Senhora entregou a S. Domingos o Rosário, dizendo: «Vai e prega o meu Rosário». Ele iniciou logo a cruzada da oração do Rosário, remédio eficaz contra as heresias que grassavam no Sul de França, naquele tempo.

Uma outra tradição, a mais enternecedora, é a que se refere ao Beato Reginaldo que foi curado de uma doença grave, por intercessão de Nossa Senhora mostrando-lhe um hábito branco e dizendo: «Eis o hábito da tua Ordem» – túnica, capuz e escapulário de cor branca, símbolo da pureza de alma, cobertos pela capa e capuz pretos, sinal de penitência e protecção da pureza.

Ao lermos, pois, as crônicas dos primeiros tempos da Ordem, verificamos que existem magnificos testemunhos a favor da intervenção de Nossa Senhora na fundação da Ordem.

Todos os dias, antes do repouso da noite, na oração Litúrgica de Completas, canta-se a Salvé Rainha, em louvor de Nossa Senhora. Como sinal de gratidão por tantos benefícios concedidos por Maria à Ordem Dominicana, todos os religiosos e religiosas a saúdam como “Fundadora da Ordem”, consagrando-lhe um profundo amor filial.


Fr. Alberto Carvalho, op


segunda-feira, 21 de maio de 2012


Em Belo Horizonte, caveirão para os pobres que lutam.
Cerca de 300 famílias jogadas ao relento sob uma noite fria.
Gilvander Luís Moreira[1]
 
Ai daqueles que pisam nos pobres, que tripudiam sobre a dignidade de crianças recém-nascidas, de idosos, de deficientes e indefesos, todos pobres!
 
Eu vi e nunca esquecerei. Vi e dou testemunho.
Vi os pobres se organizarem durante meses buscando se libertar da cruz do aluguel, que come no prato do pobre, que é veneno para quem ganha só salário-mínimo.
Vi os cansados da humilhação de sobreviver de aluguel dar um grito de liberdade: Pátria Livre! Venceremos!
Vi na madrugada do dia 21 de abril de 2012 cerca de 350 famílias sem-terra e sem-teto ocuparem um terreno que estava abandonado há mais de 40 anos.
Vi as cerca de 1.500 pessoas resistirem bravamente e não serem despejadas já no primeiro dia.
Via o MLB – Movimento de Libertação nos Bairros, Vilas e Favelas – coordenar a Ocupação Eliana Silva[2] com idoneidade, com participação ativa e paixão pelo próximo.
Vi durante três semanas, quase todos os dias, o povo, melhor dizendo, a comunidade que estava se formando na Ocupação Eliana Silva, grande lutadora da Ocupação Corumbiara, em Belo Horizonte.
Vi a sensatez da Dra. Moema, juíza de plantão, negar dia 21/04/2012, a reintegração de posse à prefeitura de Belo Horizonte, porque a área ocupada não tem registro, nem matrícula e nem está averbada. Até 1992 era terra devoluta do Estado de Minas Gerais.
Vi com tristeza da juíza Luzia – que deveria gerar luz, mas gerou trevas –, da 6ª Vara de Fazenda Pública Municipal, cancelar a decisão da juíza de plantão e, mesmo sem a prefeitura de Belo Horizonte comprovar ser a legítima proprietária e ter posse do terreno, em uma decisão ilegal mandou reintegrar a prefeitura na Posse do terreno, autorizando a polícia a usar a força, sem oferecer uma alternativa digna para as 350 famílias. A juíza se sensibilizou ao ouvir que a prefeitura tem a intenção de formar ali um Parque Municipal, mas não sabe ela que na região há um parque municipal que está abandonado.
Vi, acreditando na sensibilidade da juíza Luzia, ela pedir o cadastro das famílias e prometer fazer Audiência de Conciliação, mas não cumpria a promessa de buscar a conciliação. Sem deliberar sobre Embargos de Declaração, exigiu que o despejo fosse feito com urgência. Lá não havia coisas, mas seres humanos que precisam ser respeitados na sua dignidade.
Não vi, mas ouvi que o prefeito de BH, sr. Márcio Lacerda e seu procurador Geral, sr. Marco Antônio, pressionaram fortemente a juíza e desembargadores para que o despejo covarde fosse feito sem piedade.
Vi, às 01:20h da madrugada quando um oficial militar ligou no meu celular e, dizendo que não podia se identificar me disse: “Frei Gilvander, sou oficial militar.Estou chorando, não consigo dormir. Por um dever de consciência estou ligando para lhe informar que um fortíssimo aparato repressivo da PM cumprirá reintegração de posse e despejará a Ocupação Eliana Silva, do Barreiro, hoje cedo. Estou temendo que possa haver derramamento de sangue.”
Vi, após passar toda a madrugada em claro, às 07:00h da manhã do dia 11/05/2012, a polícia militar chegar e congelar toda a área no entorno da Ocupação Eliana Silva. Durante o dia inteiro quem saísse era proibido de voltar e quem vinha para se fazer solidário era proibido de entrar.
Vi chegar mais de 400 policiais da polícia militar e tropa de choque de MG.
Vi chegar ao lado da Ocupação Eliana Silva um Caveirão – um tanque de guerra -, que eu só tinha visto, via televisão, fazendo incursões em comunidades pobres do Rio de Janeiro.
Vi centenas de policiais armadas até os dentes, com gás lacrimogêneo, cães, cavalaria. Muita truculência e prepotência.
Vi e ouvi policiais dizendo que sem-terra e sem-casa devem ser moídos no cacete.
Vi, após 2 horas de tentativa de negociação, a tropa de choque atropelar algumas pessoas: mães com crianças; o Paulo, que levou uma cacetada na cabeça; a Dirlene Marques (economista da UFMG), que foi agredida por policiais ao tentar entrar na Ocupação simplesmente para ser solidária.
Vi, aliás, centenas de pessoas que vieram de longe para ser solidárias com as 350 famílias da Ocupação Eliana Silva serem barradas durante o dia inteiro sem poder ter acesso ao epicentro da operação de guerra que se desenvolvia.
Vi por várias vezes o helicóptero da PM fazendo vôos rasantes sobre a Ocupação com metralhadoras apontadas para o povo. Vi centenas de crianças chorarem e se abraçarem às mães com pavor daquele “pássaro” que ameaçava atirar nelas.
Vi muitas mães serem barradas pela polícia ao pedir para entrar na ocupação para pegar remédios para dar seus filhos que padeciam alguma doença.
Vi o povo da Ocupação Eliana Silva, sob a liderança do MLB, resistir bravamente de forma pacífica. Sentados todos diziam e repetiram o dia inteiro: “Daqui não sairemos. Só se for presos e algemados.”
Vi, com uma punhada no meu coração, policiais, garis e funcionários da prefeitura de BH quebrarem 350 barracas de lona preta que era a única casinha que as famílias tinham construído com muito carinho. Ao serem questionados, alegavam constrangidos: “Tenho que cumprir ordens, pois senão serei desempregado.”
Vi, com os olhos do meu coração, o prefeito de BH, sr. Márcio Lacerda, o Governador de Minas, sr. Anastásia, a PM de Minas, a juíza Luiza, o TJMG e muitos comparsas pisarem, tripudiarem, cuspirem no rosto dos pobres que têm a ousadia de não ser só força de trabalho para as classes média e dominante, mas lutarem, de forma organizada, para viverem com dignidade.
Vi vários veículos de a grande imprensa ouvirem só a versão da polícia que, com a maior desfaçatez diz: “Está tudo na normalidade. Estamos simplesmente cumprindo ordem. O povo vai ser levado para um lugar digno...” Isso é querer tapar o sol com a peneira. Pisar na dignidade dos pobres é normalidade? Tão bom seria se os pobres parassem de trabalhar para seus opressores! Cumprem ordem, sim, mas ordem injusta, imoral. Levar para “abrigos”, que na prática são campos de concentração, é levar para lugar digno? Por que os 2 mil irmãos em situação de rua em BH preferem sobreviver nas ruas do que ir para os abrigos da prefeitura?
Não vi, mas penso, nessa segunda madrugada sem dormir, que os que autorizaram o covarde despejo da Ocupação Eliana Silva, sem alternativa digna, devem estar dormindo tranqüilos em quartos e mansões confortáveis, enquanto cerca de 300 famílias que não se vergaram estão passando essa noite fria ao relento no meio dos escombros de onde por 21 dias estavam vivendo felizes, em comunidade, com muita ajuda mútua, solidariedade e espírito fraterno de luta.
Vi também a luz e a força de tanta gente que se fez solidário.
Vi, sob uma noite fria, o povo como ossos ressequidos clamando por ressurreição.
Vi que fizeram uma grande sexta-feira da paixão dia 11/05/2012 aqui em Belo Horizonte com a Ocupação-comunidade Eliana Silva, mas sei que o amor é mais forte que egoísmo e, por isso, um domingo de ressurreição será gestado.
Vi o “presente” que as mães da Ocupação Eliana Silva receberam: repressão. Aliás, há 15 dias uma Comissão na Ocupação já estava planejando fazer um almoço especial para as mamães da Ocupação Eliana Silva. Mas poderosos ofereceram fel às mães da Ocupação Eliana Silva.
Vi clamores que interpelam nossa consciência e os registrei em nove entrevistas que, em vídeos, estão emwww.gilvander.org.br (Galeria de vídeos). A quem não viu sugiro ver essas entrevistas. Eu sugeri à juíza Luzia que as visse, mas ...
Vi muita coisa que me marcou indelevelmente, inclusive, caveirão para os pobres de Belo Horizonte.
Vi e verei sempre que a luta por libertação integral e pela conquistas de direitos humanos- e ecológicos - continuará sempre até depois da vitória.
 
Belo Horizonte, às 01:10h madrugada do dia 12/05/2012, véspera do dia das mamães, expressão infinita do amor infinito.
 


[1] Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor do Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA -, em Belo Horizonte – e no Seminário da Arquidiocese de Mariana, MG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail:gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br – www.twitter.com/gilvanderluis - facebook: gilvander.moreira
[2] www.ocupacaoelianasilva.blogspot.com.br
 
Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br 
www.twitter.com/gilvanderluis
Facebook: gilvander.moreira
skype: gilvander.moreira

domingo, 20 de maio de 2012


Os sinais que acompanham a Boa Nova - Mesters e Lopes


por CEBI Publicações
Ampliar imagem
OS SINAIS QUE ACOMPANHAM A BOA NOVA

Texto extraído do livro "Caminhando com Jesus: Círculos Bíblicos de Marcos - 2ª parte". Coleção a Palavra na Vida 184/185. Autores: Carlos Mersters e Mercedes Lopes. Uma publicação do CEBI. Mais informações pelo endereçovendas@cebi.org.br

Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Novamente, Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será? Provavelmente, para ensinar duas coisas. Primeiro, que a fé com Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar, quando a descrença nasce no coração. Até os onze discípulos tiveram dúvidas!
Em seguida, Jesus lhes dá a missão de anunciar a Boa Nova a toda criatura. A exigência que ele coloca é esta: crer e ser batizado. Aos que tiverem a coragem de crer na Boa Nova e forem batizados, ele promete os seguintes sinais: expulsarão demônios, falarão línguas novas, pegarão em serpentes e não serão molestados pelo veneno, imporão as mãos aos doentes e eles ficarão curados. Isto acontece até hoje: 
  • EXPULSAR OS DEMÔNIOS: é combater o poder do mal que estraga a vida. A vida de muita gente ficou melhor pelo fato de ter entrado na comunidade e de ter começado a viver a Boa Nova da presença de Deus em sua vida.
  • FALAR LÍNGUAS NOVAS: é começar a comunicar-se com os outros de maneira nova. Às vezes, encontramos uma pessoa que nunca vimos antes, mas parece que já nos conhecemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a língua do amor.
  • VENCER O VENENO: há muita coisa que envenena a convivência. Muita fofoca que estraga o relacionamento entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus dá a volta por cima e consegue não ser molestado por este veneno terrível.
  • CURAR DOENTES: em todo canto onde aparece uma consciência mais clara e viva da presença de Deus aparece também um cuidado especial para com as pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo para com os doentes. Aquilo que mais favorece a cura é a pessoa sentir-se acolhida e amada.
Através da comunidade Jesus continua a sua missão (Marcos 16, 19-20)
O mesmo Jesus que viveu na Palestina e lá acolhia os pobres do seu tempo, revelando assim o amor do Pai, este mesmo Jesus continua vivo no meio de nós, nas nossas comunidades. E através de nós, ele continua a sua missão para revelar a Boa Nova do amor de Deus aos pobres. Até hoje, a ressurreição acontece. Ele nos leva a cantar: "Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo, quem nos separará?"
Poder nenhum deste mundo é capaz de neutralizar a força que vem da fé na ressurreição (Rm 8,35-39). Uma comunidade que quiser ser testemunha da ressurreição deve ser sinal de vida, deve lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável à vida, deve crer no outro mundo possível. Sobretudo aqui na América Latina, onde a vida do povo corre perigo por causa do sistema de morte que nos foi imposto, as comunidades devem ser uma prova viva da esperança que vende o mundo, sem medo de ser feliz!
As surpresas de Deus
Estamos no fim da leitura do Evangelho de Marcos. Procuramos saber quem é Jesus. Marcos enumerou muitos nomes e títulos. Mas um nome ou título, por mais bonito ou importante que seja, nunca chega a revelar o mistério da pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Além disso, ao longo do Evangelho, alguns dos nomes dados a Jesus, inclusive os mais importantes e os mais tradicionais, foram questionados e colocados em dúvida pelo próprio Marcos. Assim, na medida em que avançávamos a leitura, fomos obrigados a rever nossas ideias e a nos perguntar, cada vez de novo: "Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?"
Bem no início do evangelho, a primeira exigência era esta: "Esgotou-se o prazo. O Reino de Deus chegou! Mudem de vida! Tenham fé nesta Boa Notícia!" (Mc 1,15). Este pedido inicial de conversão e de fé indica a porta por onde temos acesso a Jesus e à Boa Nova de Deus que ele nos traz. Não há outro acesso. A fé exige crer em Jesus, na sua Palavra, aceitá-lo sem impor condições. Somos convidados a não nos fechar em nenhum nome ou título, doutrina ou costume, e a manter-nos sempre abertos para as surpresas de Deus, que pedem uma conversão constante.
Os nomes e os títulos, as doutrinas e os costumes, as devoções e as rezas são como o crachá que carregamos no peito para identificação. O crachá é importante, pois nos ajuda e nos orienta para encontrar a pessoa que procuramos. Mas quando a encontrar, você já não olha o crachá, mas sim o rosto! A pessoa que você procura, quando a encontrar, quase sempre será diferente da ideia que você fazia a respeito dela. O encontro sempre traz surpresas! Sobretudo o encontro com Deus em Jesus.
Ao longo do Evangelho de Marcos, as surpresas de Deus são muitas, e elas vêm de onde menos se espera:
  • de um pagão que reconheceu a presença de Deus no crucificado (Mc 15,39);
  • de uma pobre viúva que ofereceu do seu necessário para partilhar com os outros (Mc 12,43-44);
  • de um cego cujos gritos incomodaram e que nem sequer tinha a doutrina certa (Mc 10,46-52);
  • dos pequenos que viviam marginalizados, mas creram em Jesus (Mc 9,42);
  • dos grupos que usavam o nome de Jesus para combater o mal, mas não eram da "Igreja" (Mc 9,38-40);
  • de uma senhora anônima, cuja atividade escandalizava os discípulos (Mc 14,3-9);
  • de um pai de família que foi forçado a carregar a cruz atrás de Jesus e tornou-se discípulo modelo (Mc 15,21);
  • de José de Arimatéia, que arriscou tudo pedindo o corpo de Jesus para poder enterrá-lo (Mc 15,43);
  • das mulheres que, naquela época, não eram reconhecidas como testemunhas oficiais, mas que foram escolhidas por Jesus para serem testemunhas qualificadas da sua ressurreição (Mc 15,40.47; 16,6.9-10).
Resumindo. Os doze homens, especialmente chamados e eleitos por Jesus (Mc 3,13-19) e por ele enviados em missão (Mc 6,7-13), fracassaram. Mas no reverso do fracasso deles apareceu a força da fé de outros que não faziam parte do grupo dos doze eleitos. A comunidade, a Igreja, deve ter consciência bem clara de que ela não é proprietária de Jesus, nem tem o controle dos critérios da ação de Deus no meio de nós. Jesus não é nosso, mas nós, a comunidade, a Igreja, somos de Jesus, e Jesus é de Deus (1Cor 3,23).
fonte:www.cebi.org.br