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sexta-feira, 30 de março de 2012

O sentido teológico da semana santa



Quando só se pensa em Messias como Rei Glorioso - Mesters e Lopes

Quarta-feira, 28 de março de 2012 - 16h53min
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QUANDO SÓ SE PENSA EM MESSIAS COMO REI GLORIOSO
JESUS, O EMPREGADO DE TODOS, VEM MONTADO NUM ANIMAL DE CARGA
Mc 11,1-11
  
Extraído livro Caminhando com Jesus - Círculos Bíblicos de Marcos - II Parte, de Carlos Mesters e Mercedes Lopes. Mais informações: vendas@cebi.org.br
ABRIR OS OLHOS PARA VER
Esse texto fala da grande manifestação popular em favor de Jesus no Domingo de Ramos. Sentado num jumento, animal de carga, Jesus entra em Jerusalém, capital do seu povo. Os discípulos, as discípulas e povo romeiro, vindos da Galiléia, o aclamam como messias. Mas o povo da capital não participa. Apenas assiste, e as autoridades nem aparecem. A romaria termina na praça do Templo, a praça dos poderes. Parece uma passeata que termina diante da catedral e do Palácio do Planalto. Também hoje há manifestações populares. As suas reivindicações revelam o sofrimento do povo e a sua indignação frente às injustiças. Nem todos participam, pois têm medo. A maioria apenas assiste.

SITUANDO
Finalmente, após uma longa caminhada de mais de 140 quilômetros, desde a Galiléia até Jerusalém, a romaria está chegando ao seu destino. Neste quinto bloco (Mc 11,1 a 13,37), tudo se passa em Jerusalém, símbolo central da religião (Sl 122,3). No início do bloco, está o gesto simbólico de Jesus: aclamado pelo povo peregrino, ele entra na cidade montado num jumentinho, animal de carga.
A caminhada de Jesus e seus discípulos era também a caminhada das comunidades no tempo em que Marcos escrevia o seu evangelho: seguir Jesus, desde a Galiléia até Jerusalém, desde o lago até o calvário, com a dupla missão de denunciar os donos do poder que preparam a cruz para quem os desafia e de anunciar ao povo sofrido a certeza de que um mundo novo é possível. Esta mesma caminhada continua até hoje.

COMENTANDO  
Marcos 11,1-3: A chegada em Jerusalém
Jesus vem caminhando, como romeiro no meio dos romeiros! O ponto final da romaria é o Templo, onde mora Deus! Em Betânia ele faz uma parada. Betânia significa Casa da Pobreza. Era um povoado pobre fora da cidade, do outro lado do Monte das Oliveiras. De lá, Jesus organiza e prepara a sua entrada na cidade. Ele manda os discípulos buscar um jumentinho, um jegue, animal de carga, para poder realizar um gesto simbólico.
Marcos 11,4-6: A ajuda dos discípulos e das discípulas
Os discípulos fazem como Jesus tinha mandado, e tudo acontece conforme o previsto. Eles encontram o jumentinho e o levam até Jesus. E alguns dos que ali se encontravam perguntaram: "Por que vocês estão soltando o jumentinho?" E eles responderam: "Jesus está precisando!" Todos nós somos como o jumentinho, animal de carga. Jesus precisa de nós.
Marcos 11,7-10: A entrada solene na Cidade Santa
Jesus monta o jumentinho e entra na cidade, aclamado pela multidão de peregrinos e pelos discípulos. Na cabeça deles está a ideia do messias rei glorioso, filho de Davi! Eles acreditam que, finalmente, o Reino de Davi tenha chegado e gritam: "Bendito o Reino que vem de nosso pai Davi!" Jesus aceita a homenagem, mas com reserva. Montado no jumentinho, ele evoca a profecia de Zacarias que dizia: "Teu rei vem a ti, humilde, montado num jumento. O arco de guerra será eliminado" (Zc 9,9-10). Jesus aceita ser o messias, mas não o messias rei glorioso e guerreiro que os discípulos imaginavam. Ele se mantém no caminho do serviço, simbolizado pelo jumentinho, animal de carga. Jesus ensina agindo. Os discípulos, que procurem entender o gesto de Jesus, mudem de ideia e se convertam!

ALARGANDO
As romarias do povo e os salmos de romaria  
As romarias para Jerusalém se faziam três vezes ao ano, nas três grandes festas: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (cf. Ex 23,14 e 17). Dos lugares mais distantes os romeiros vinham caminhando. Alguns faziam cinco, seis ou mais dias de viagem. Vinham para Jerusalém, a capital, "a cidade grande e bela, para onde tudo converge" (cf. Sl 122,3-4). As romarias eram momentos de confraternização e de muita alegria: "Fiquei foi contente, quando me disseram: Vamos para a Casa do Senhor!" (Sl 122,1). Nestas longas viagens, o povo rezava e cantava os Salmos de Romaria. Jesus também os rezou, junto com os peregrinos da Galiléia, nesta sua última romaria para a Casa de Deus, em Jerusalém.
Os "Salmos de Romaria" formam uma coleção de 15 salmos dentro do saltério, do Salmo 120 até o Salmo 134. São salmos pequenos. O povo que rezava quando subia para o Templo de Jerusalém em peregrinação. Por isso chamados "Cânticos das Subidas". Eles diziam: "Vinde! Vamos subir ao Monte de Javé!" (Is 2,3). "Vamos subira Sião, a Javé, nosso Deus!" (Jr 31,6).
Apesar de pequenos, os Salmos de Romaria possuem uma grande riqueza. São uma amostra de como o povo rezava e se relacionava com Deus. Eles ajudam o povo a perceber os traços de Deus nos fatos da vida. Transformam tudo em prece, mesmo as coisas mais comuns da vida de cada dia. De um jeito bem simples, revelam a dimensão divina do quotidiano. Ajudam a perceber e a rezar a dimensão divina do humano.
Também eram chamados "Cânticos dos Degraus". Provavelmente por causa da majestosa escadaria de 15 degraus que dava acesso ao Templo de Jerusalém. Daí, talvez, a razão de a coleção ter exatamente 15 salmos.
A subida pelos 15 degraus da escadaria do Templo era uma imagem e um resumo da própria romaria, desde o povoado até Jerusalém. E ambas, tanto a subido como a romaria, eram um símbolo ou uma imagem da caminhada de cada pessoa em direção a Deus.
Quando, finalmente, após longa caminhada, o romeiro chega ao Templo e experimenta algo da presença de Deus, as palavras já não bastam para dizer o que se vive. Então, o gesto das mãos completa o que falta nas palavras. Isto transparece nos Salmos de Romaria. Assim, no último salmo, gesto e palavra se unem para expressar o que se vive: "Levantem as mãos para o santuário e bendigam a Javé!" (Sl 134,2).
Ao longo dos salmos de romaria, os mesmos pensamentos e sentimentos aparecem e reaparecem, do começo ao fim. Eles indicam a direção da oração, o rumo do Espírito. Eis uma lista que pode servir como chave de leitura para nós.
  1. O pano de fundo que percorre estes salmos é a experiência libertadora do Êxodo e do Exílio;
  2. São orações em que agricultores expressam e rezam a sua vida e os seus problemas;
  3. Transparece nas imagens usadas uma situação de violenta opressão e de exploração do povo;
  4. Em alguns destes salmos, se passa do eu para o nós, o que revela a integração na comunidade;
  5. Neles se expressa a alegria intensa da confraternização dos romeiros em Jerusalém;
  6. O Templo ocupa um lugar importante na vida do povo, lugar de encontro com Deus;
  7. A ambivalência da monarquia e da cidade de Jerusalém: centro que atrai e que oprime;
  8. Um grande desejo de paz e de liberdade percorre quase todos estes salmos;
  9. Não usam ideias rebuscadas, mas transformam em prece as coisas comuns da vida;
  10. No centro de tudo, no começo e no fim, está a fé em "Javé que fez o céu e a terra".


sábado, 24 de março de 2012



            5º DOMINGO DA QUARESMA

3. Evangelho (Jo 12,20-33)

Os gregos que estão em Jerusalém para prestar culto a Javé também querem entrar em contato com Jesus, se aproximar dele, segui-lo. 
É o alcance do seu “queremos ver Jesus”.
Para chegar a Jesus, o caminho deles é Filipe, 
que tem nome grego, mas era da cidade dos irmãos André e Pedro, Betsaida da Galileia. Filipe 
foi um dos primeiros discípulos e o único que 
Jesus tomou a iniciativa de chamar (Jo 1,43-
44). Ele chama o irmão de Pedro, André, seu 
conterrâneo, também de nome grego, e ambos 
vão a Jesus.
A resposta de Jesus parece nada ter que ver 
com o desejo dos gregos de se aproximarem 
dele. Ele responde dizendo, entretanto, que sua 
morte salva a humanidade toda e é isso que tem 
que ver com a busca dos gregos. Se também os 
gregos o procuram, é porque ele atrai todos a si 
(v. 33), o grão de trigo não fica sozinho, produz 
muito fruto (v. 24).
A glória dele é esta, mostrar que a vida nasce 
da morte, que a vitória vem do fracasso, que a 
salvação vem do sacrifício de si em favor dos 
outros. Essa proposta de Jesus desafia todas 
as outras tentativas de buscar uma saída para 
a humanidade. E não é fácil de entender e de 
assimilar, como disse uma pessoa de nossas 
comunidades: “Nem que a gente vivesse mais 
duzentos anos acabaria de entender todo o significado da morte de Jesus”.
Não é fácil segui-lo, colocar-se onde ele se coloca, não fazer conta da própria vida, do próprio 
bem-estar, mas deixar-se morrer como a semente, 
para não ficar sozinho e produzir muitos frutos. 
O próprio Jesus é levado a dizer: “Pai, livra-me 
desta hora”, o que nos sinóticos está na oração 
no Getsêmani ou no horto das Oliveiras.
Ao entregar a própria vida, Jesus condena o 
mundo governado pela arrogância, pela concentração de poderes, pela imposição da vontade de 
um sobre todos, pela cobiça e pela competição. 
“É agora o julgamento deste mundo, agora o que 
manda neste mundo vai ser posto para fora”, 
diz ele hoje.
Na Paixão segundo João, parece que é Jesus, 
não Pilatos, que senta na cadeira de juiz, ao tribunal (Jo 19,3). Quando a coligação dos poderes 
romano e judaico pensa que o está condenando, 
é ele, Jesus, vestido, coroado e sentado como rei, 
que está condenando o que governa este mundo.



quarta-feira, 14 de março de 2012

A COPA DO MUNDO (2014) NÃO SERÁ NOSSA!
Frei Betto
 Para bem funcionar, um país precisa  de  regras. Se carece de leis e de quem zele por elas, vale a anarquia.  O Brasil  possui mais leis que população. Em princípio, nenhuma delas  pode contrariar a  lei maior – a Constituição. Só em princípio. Na  prática, e na Copa, a teoria é  outra.

Diante do megaevento da  bola, tudo se enrola. A legislação corre  o risco de ser escanteada e,  se acontecer, empresas associadas à Fifa ficarão  isentas de pagar  impostos.

A lei da responsabilidade fiscal, que  limita o  endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas  à  Copa e às Olimpíadas. Como enfatiza o professor Carlos Vainer, especialista   em planejamento urbano, um município poderá se endividar para  construir um  estádio. Não para efetuar obras de saneamento...

A  Fifa é um cassino.  Num cassino, muitos jogam, poucos ganham. Quem  jamais perde é o dono do  cassino. Assim funciona a Fifa, que se  interessa mais por lucro que por  esporte. Por isso desembarcou no  Brasil com a sua tropa de choque para obrigar  o governo a esquecer  leis e costumes.

A Fifa quer proibir, durante a  Copa, a  comercialização de qualquer produto num raio de 2 km em torno dos   estádios. Excetos mercadorias vendidas pelas empresas associadas a  ela. Fica  entendido: comércio local, portas fechadas. Camelôs e  ambulantes, polícia  neles!

Abram alas á Fifa! Cerca de 170 mil  pessoas serão removidas de  suas moradias para que se construam os  estádios. E quem garante que serão  devidamente indenizadas?

A  Fifa quer o povão longe da Copa. Ele que se  contente em acompanhá-la  pela TV. Entrar nos estádios será privilégio da  elite, dos  estrangeiros e dos que tiverem cacife para comprar ingressos em  mãos  de cambistas. Aliás, boa parte dos ingressos será vendida antecipadamente   na Europa.

A Fifa quer impedir o direito à meia-entrada.  Estudantes e  idosos, fora! E nada de entrar nos estádios com as  empadas da vovó ou a  merenda dietética recomendada por seu médico. Até  água será proibido.

Todos serão revistados na entrada. Só uma  empresa de fast food poderá vender seus produtos nos estádios.  E a proibição de bebidas alcoólicas  nos estádios, que vigora hoje no  Brasil, será quebrada em prol da marca de uma  cervejamade in  usa.

Comenta o prestigioso jornal Le Monde   Diplomatique: “A recepção de um megaevento esportivo como esse  autoriza  também megaviolação de direitos, megaendividamento público e   megairregularidades.”

A Fifa quer, simplesmente, suspender,  durante a  Copa, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do  Idoso e do Código de  Defesa do Consumidor. Todas essas propostas  ilegais estão contidas no Projeto  de lei  2.330/2011, que se  encontra no Congresso. Caso não  seja aprovado, o Planalto poderá  efetivá-las via medidas provisórias.

Se você fizer uma  camiseta com os dizeres “Copa 2014”, cuidado. A Fifa  já solicitou ao  Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro  de mais  de mil itens, entre os quais o numeral “2014”.

(Não) durmam   com um barulho deste: a Fifa quer instituir tribunais de exceção  durante a  Copa. Sanções relacionadas à venda de produtos, uso de  ingressos e  publicidade. No projeto de lei acima citado, o artigo 37  permite criar  juizados especiais, varas, turmas e câmaras  especializadas para causas  vinculadas aos eventos. Uma Justiça  paralela!

Na África do Sul, foram  criados 56 Tribunais  Especiais da Copa. O furto de uma máquina fotográfica  mereceu 15 anos  de prisão! E mais: se houver danos ou prejuízo à Fifa, a culpa  e o  ônus são da União. Ou seja, o Estado brasileiro passa a ser o fiador da   FIFA em seus negócios particulares.

É hora de as torcidas  organizadas e  os movimentos sociais porem a bola no chão e chutar em  gol. Pressionar o  Congresso e impedir a aprovação da lei que deixa a  legislação brasileira no  banco de reservas. Caso contrário, o torcedor  brasileiro vai ter que se  resignar a torcer pela  TV.


Frei Betto é escritor, autor de “A  arte de semear  estrelas” (Rocco), entre outros livros.http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.



quinta-feira, 8 de março de 2012


Mulheres ocupam a sede do Incra em Minas Gerais no Dia Internacional da Mulher

    Cerca de 500 mulheres da Via Campesina e da Marcha Mundial das Mulheres ocuparam hoje (08) pela manhã a sede do Incra em Minas Gerais. A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas 2012 e dá continuidade à luta das mulheres em nível nacional, regional e local por uma sociedade justa e igualitária.    A ação tem como objetivo denunciar o capital estrangeiro na agricultura, através das empresas transnacionais, e quer chamar a atenção da sociedade para o modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente. O agronegócio ameaça a soberania alimentar do país e a vida da população brasileira, afetando de forma direta a realidade das mulheres.    As mulheres cobram agilidade na Reforma Agrária, pois há seis anos nenhuma área é destinada a este fim em Minas Gerais. Atualmente, 3.700 famílias vivem em condições precárias em 50 áreas de acampamento no estado à espera da reforma agrária.     No município de Felisburgo, Vale do Jequitinhonha, cinco trabalhadores rurais Sem Terra foram assassinados há 8 anos. O fazendeiro Adriano Chafick, mandante do crime, continua em liberdade. As famílias estão ameaçadas de despejo, pois a justiça expediu mandado de reintegração de posse em dezembro de 2011. A área deveria ser desapropriada por crime de violência no campo e por crime ambiental, mas o Novo Código Florestal beneficia o fazendeiro.    Diante disso, as mulheres do campo e da cidade se manifestam contra o novo Código Florestal, que privilegia os setores ruralistas que apoiam a anistia para quem desmatou até julho de 2008. Denunciam o agronegócio e seu modelo de agricultura industrial, que transforma o Brasil no maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009.    As manifestantes também reivindicam assistência técnica e crédito para as mulheres, implementação de cirandas infantis para as crianças de 0 a 6 anos e restaurantes comunitários nas áreas de reforma agrária.     Com a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas 2012, a Via Campesina e a Marcha Mundial das Mulheres querem combater todas as formas de opressão e violência que atingem, principalmente, as mulheres. Dados da “Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180”, mostram que das mulheres que denunciaram terem sofrido violência em 2008, 91% são da zona urbana e 4,7% da zona rural, o que evidencia as dificuldades de acesso das mulheres camponesas, inclusive para fazer a denúncia. 

quarta-feira, 7 de março de 2012


Liturgia para o Dia Internacional da Mulher - CONIC

Terça-feira, 6 de março de 2012 - 15h10min
I - Água da Vida
Prelúdio (Instrumental)
(Processional – Neste momento, algumas mulheres caracterizadas como personagens da Bíblia poderão entrar no templo com jarros de barro com água sobre a cabeça e levá-los até o altar).
Saudação
Dirigente:
Vinde!
Aquele/a que tem sede venha,
e quem quiser receba de graça a água da vida.
(Apocalipse 22.17b)
Canto: Canto de Abertura (L.: Simei Monteiro – M.: Albete Corrêa)
/: Aqui chegando, Senhor, que poderemos te dar? :/
/: Um simples coração e uma vontade de cantar :/
/: Recebe o nosso louvor e tua paz vem nos dar :/
/: A tua graça, Senhor, melhor que a vida será :/
/: E o teu amor em nós será manancial :/
/: De água boa jorrar pra nossa sede estancar :/
II - Água que arrasta para a morte
Dirigente: Pela terra, antes fértil, hoje deserta,
Comunidade: Perdoa-nos, ó Deus, e lava-nos com a água da vida.
Dirigente: Pelas nascentes que jorravam em sua plenitude, hoje poluídas e eliminadas, 
Comunidade: Perdoa-nos, ó Deus,e lava-nos com a água da vida.
Dirigente: Pela maneira irresponsável como usamos a água,
Comunidade: Perdoa-nos, ó Deus, e lava-nos com a água da vida.
Dirigente: Pelas pessoas que morrem a cada ano, por doenças relacionadas à água contaminada,
Comunidade: Perdoa-nos, ó Deus, e lava-nos com a água da vida.
Momento de silêncio
Proclamação do Perdão
Antes, corra o juízo como as águas;
e a justiça, como um ribeiro perene. (Amós 5.24)
III - Água que renova
Canto da Esperança (Edwin Mora)
Quando se abate a esperança,
Ele se achega e nos fala:
Olha tua irmã que caminha
e luta buscando um mundo melhor
Vê teu irmão enganjado que transforma 
a vida com sangue e suor.
Cantemos ao nosso Deus,
Ele é o Senhor, Deus da vida.
Vai alentando a esperança
e veio a este mundo conosco lutar.
Quando se abate a esperança,
Ele se achega e nos fala:
Vai procurar tua irmã
Pra ajuntar-te a ela no esforço da paz. 
E a teu irmão vai unir - te, 
na luta da vida que o mundo refaz.
Quando se abate a esperança,
Ele se achega e nos fala:
Bem junto a mim continuem,
permaneçam firmes, que firme estarei.
Fiquem comigo na luta, 
que força e vitória lhes concederei.
Oração de Ação de Graças
Abrimos nossas vidas e abrimos nosso agir à chuva do teu amor. Damos-te graças por chamares a todos – homens e mulheres – para participar da tua obra de renovação. Vem no poder do teu Espírito.
Faze-nos fiéis portadoras da Água da Vida!
Amém!
(Adp. Alison Morris – Celebrating Women)
IV - Ir ao poço... resgatando a nossa história
Dia Internacional da Mulher
Em 8 de março de 1857, as operárias da fábrica de tecidos Cotton de Nova York – Estados Unidos – declararam greve contra as condições subumanas de trabalho a que eram submetidas. Trabalhavam de 14 a 16 horas diárias, recebiam um ínfimo salário, as condições de salubridade eram precárias, não havia nenhuma lei que as protegesse no tempo de gravidez e de parto. Davam à luz, muitas vezes no interior da própria fábrica, adquiriam tuberculose e morriam em média aos trinta anos. Lutaram contra tudo isso pedindo uma jornada de trabalho de dez horas. Não sendo atendidas em suas reivindicações, permaneceram na fábrica. Infelizmente, o dono da fábrica, junto com a polícia, fechou as portas e ateou fogo ao edifício onde  se encontravam 129 mulheres, que morreram queimadas. A importância desta manifestação, e o seu dramático desfecho, sensibilizou pessoas em todo o mundo, mulheres e homens que lutam pelos seus direitos. Para que este fato não fosse esquecido e para que alimentasse uma luta justa e digna, foi instituído o dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher – por iniciativa de uma mulher, Clara Zetkin, no primeiro Congresso Internacional de Mulheres realizado em 1910, na  Noruega. Vale lembrar que se encontravam nos teares, na ocasião da tragédia, fios da cor lilás. Por isso, essa cor tornou-se o símbolo da luta pelos direitos das mulheres.
V - Saciando a nossa sede
Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água,...
(Gênesis 21.19)
Mensagem
Sugestão de textos bíblicos:
Gênesis 21. 8-21 (Hagar); Gênesis 24. 11-14 (Rebeca);
Gênesis 29.1-10 (Raquel); João 4 (Mulher Samaritana).
(Caso não haja pregador(a), sugerimos testemunhos de mulheres ou dramatização do texto. Sugestão para reflexão: Buscar água no poço era um serviço atribuído às mulheres. É importante verificar quantas mulheres na Bíblia são encontradas junto ao poço; portanto onde estamos buscando a água da vida?)
Fonte: www.cebi.org.br

No dia 8: luta e indignação - Nancy Cardoso

Terça-feira, 6 de março de 2012 - 22h00min
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(Nancy Cardoso Pereira é pastora metodista e colaboradora do CEBI. É autora de À procura da Moeda perdida e deRemover pedras, plantar roseiras, fazer doces)

Dia de luta dos movimentos internacionalistas de mulheres, o 8 de março nunca foi um dia fácil de engolir! Entre o fim de fevereiro e o começo de março as mulheres socialistas dos inícios de 1900 na Rússia, na Europa e nos Estados Unidos celebravam seu dia de luta a partir de acontecimentos importantes: greves, manifestações, enfrentamentos!
Em plena Guerra Mundial, em 1917, na Rússia, as mulheres socialistas realizaram seu Dia da Mulher no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo. No calendário ocidental, a data correspondia ao dia 8 de março. Neste dia, em Petrogrado, um grande número de mulheres operárias, na maioria tecelãs e costureiras, contrariando a posição do Partido, que achava que aquele não era o momento oportuno para qualquer greve, saíram às ruas em manifestação; foi o estopim do começo da primeira fase da Revolução Russa, conhecida depois como a Revolução de Fevereiro.
O que elas queriam? O que nós queremos?
Abolir a propriedade privada? Com certeza!! Abolir a propriedade privada como base da sociedade que estrutura desigualdades, cria hierarquias de poder e mantém uma sistemática guerra contra a natureza e seus seres. O 8 de março é um dia de luta contra a propriedade privada... também no âmbito das relações sociais, do casamento e da sexualidade. Cama, mesa e banho. É isto mesmo... queremos abolir os poderes de latifundiários, empresários, políticos, patrões, maridos e senhores. Horrorizai-vos! O 8 de março é um dia anti-burguês, contra as ridículas homenagens burguesas que tentam continuar emburrecendo as mulheres com tradição, família & propriedade ou flores, bombons & um laço de fita, ou mitos do amor romântico, da beleza e da maternidade. Horrorizai-vos! é contra tudo isso que lutamos, articulando classe-gênero e etnia na construção de um eco-socialismo feminista.
E a burguesia grita!! "Vocês mulheres, feministas, comunistas querem introduzir a comunidade das mulheres!!" É verdade! Já vivemos assim! Já somos comunidade e construímos na luta nossa unidade entre mulheres do campo e da cidade! Não aceitamos ser reduzidas a instrumento de produção e reprodução do capital, da família e do poder masculino. Nós arrancamos nós mesmas das formas violentas e históricas que querem nos manter subordinadas, minorizadas e desiguais.
Neste exato momento centenas de mulheres camponesas do Rio Grande do Sul estão debaixo da lona preta, debaixo do eucaliptal, num dos 200 mil hectares das multi-imperialistas do agronegócio florestal - Aracruz, Votorantin, Stora Enso, Boise... - denunciando que o deserto verde está impedindo a reforma agrária e inviabilizando a agricultura camponesa.
Neste exato momento as mulheres da Via Campesina e suas crianças morrem de pena das árvores enfileiradinhas, da terra ocupada com nada, do alimento que não brota do chão, da água que não tem mais tempo de molhar. Observadas pela Brigada Militar - seus cavalos e cachorros - as mulheres abençoam o mundo e dormem entre o medo e a solidariedade. Toda a campina se ilumina perdoando as árvores de mentira em sua feiúra. E no escuro, elas se fazem Via... láctea, campesina, revolucionária e planejam hortas, pomares e cozinhas de um plano camponês para o Brasil.
Neste exato momento mulheres fortes, atentas e decididas fazem a segurança do acampamento nas terras da Boise. Quem quiser doçura, carinho, afeto e graciosidade... melhor que escreva sobre confeitarias ou almofadas. O grande amor da vida delas vai misturado com a capacidade de saber endurecer... perdendo a paciência quando precisar.
Elas perdoam as mulheres burguesas e suas mentirinhas, as feministas interrompidas e suas teologias, mas não toleram mais discursos gerais sobre mulheres inexistentes, nem elogios da diferença que não fazem diferença alguma. É por dentro da luta de classes que a luta das mulheres trabalhadoras acontece. É por dentro das mulheres que a luta de classes avança.
Horrorizai-vos! Senhores teólogos. O 8 de março chegou anunciando também- contra toda a esperança! - que os dias do deus-pai estão contados e que há de chegar o dia - e já veio - em que se fará teologia com o coração ardente, contra toda violência e propriedade.
* Pastora metodista. Coordenação nacional da Comissao pastoral da terra-CPT
 Fonte: www.cebi.org.br

sexta-feira, 2 de março de 2012


“Vá dizer aos meus irmãos” (Jo. 20,17) 
As Dominicanas e a evangelização

As dominicanas, creio – mas toca a elas o expressar – trazem à santa pregação uma experiência específica da relação a Cristo, um modo particular de ouvir a Palavra, um modo preciso de organização da sua fraternidade,uma vulnerabilidade ao que faz nascer e morrer o mundo que lhes é próprio, uma maneira de dizer Deus. Elas trazem também a grande diversidade das interpretações da intuição dominicana tal como suas fundadoras lhes transmitiram, e de modo especial uma compreensão fulgurante, em dado momento da história humana, da atualidade da intuição de Domingos em tal ou tal contexto ou meio, para uma ou outra função de serviço da humanidade. Vá dizer aos meus irmãos! Isto seria talvez o que as nossas irmãs leigas e religiosas teriam a nos ensinar. Isto seria também, sem dúvida, o que os irmãos poderiam ter vontade de aprender. Aprender juntos o mundo, e neste ano muito particularmente, os irmãos, graças às nossas irmãs e as irmãs entre elas, mais além das divergências, para deixar que se abra no coração da santa pregação de hoje, uma sede da Palavra da ressurreição. Em uma família, os vínculos mais sólidos e mais belos são com freqüência os que se trazem através da compartilha de alegrias e dores, pela oferta mútua das amizades compartilhadas, pelo apoio mútuo, quando a prova do mundo nos faz duvidar como saber encontrar o nosso futuro nele. Em família não são quase sempre as mulheres que estabelecem vínculos, elas que são garantias do vínculos entre os seres, porque elas engendram a vida, elas que inspiram a confiança necessária para que o conjunto dos membros tenham o desejo de nascer de novo na fraternidade e na filiação? E para nós, na família de Domingos, o desejo de aprender escutar e amar o mundo como filhas e filhos do Pai e como irmãs e irmãos da humanidade, o desejo de ser, neste mundo, como “sacramentos de fraternidade”.
Porque, falar de dominicanas – monjas, irmãs, consagradas e leigas – é antes de tudo falar da parte imensa que tiveram e têm ainda hoje neste trabalho de evangelização, neste engendrar a esperança por meio da “evangelização da Palavra de Deus” no mundo. Os lugares de oração e de fraternidade, de contemplação e de hospitalidade que são os mosteiros da Ordem são as primeiras pedras da pregação. Nestes lugares, as chamadas e as necessidades, as penas e as esperanças de todo o mundo são recolhidas na oração e apresentadas ao Pai. A contemplação dominicana é assim, total e profundamente, pregação. É impossível enumerar os inumeráveis compromissos, amizades e obras realizados pelas irmãs de vida apostólica da Ordem. São sempre presenças e atos que fazem da Palavra uma boa nova para os seus contemporâneos. Com a preocupação específica de encontrar como traduzir o desejo que “acenda-se o fogo” da graça do Espírito no mundo. Preocupação manifestada ao longo dos séculos por suas fundadoras ou fundadores, em contextos em que o lugar e o reconhecimento das mulheres não eram evidentes. No caso das irmãs leigas, em suas famílias, seus grupos de amizade, lugares de sua profissão, é sempre esta grande criatividade e diversidade que se manifestam para fazer ver e ouvir a Palavra como uma boa nova, da qual pode nascer a esperança da ressurreição.
Roma, 13 de janeiro de 2012 Fr. Bruno Cadoré O.P. Mestre da Ordem 

Milton Schwantes: Um profeta que nos deixa, mas continua sempre conosco.

Quinta-feira, 1 de março de 2012 - 8h56min
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Faleceu no dia de ontem, 1° de março, o biblista Milton Schwantes.
Milton viveu os últimos anos de sua vida com sérios problemas de saúde, dando um testemunho de resistência e de alegria. Desde agosto de 2002, depois de uma delicada cirurgia para retirada de um tumor na hipófise, conviveu com sobriedade com graves limites físicos. Os últimos dois meses passou hospitalizado.
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Livro de Milton sobre Gn 1-11 (CEBI)
Milton Schwantes é teólogo e pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Biblista, Schwantes é uma das principais referências do método de leitura popular da Bíblia na América Latina e autor de diversos livros, alguns traduzidos em espanhol, alemão e inglês.
Formado em Teologia pela Escola Superior de Teologia - EST (1970). Fez seu doutorado em Bíblia na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Apesar dos vários títulos de Doutor Honoris Causa concecidos por diversas universidades, enquanto teve forças, continuou assessorando grupos e comunidades (veja sua entrevista A teologia e o Direito dos Pobres)
A contribuição de Milton Schwantes à Leitura Popular da Bíblia e à caminhada do CEBI foi muito grande. É inegável que sem suas reflexões, o CEBI não conseguiria assegurar sua ecumenicidade. A perspicácia e a simplicidade na interpretação dos textos bíblicos foi outra grande contribuição de Milton a toda a leitura bíblica praticada no Brasil e na América Latina.
" Ficamos sem mais um profeta", lembra Adeodata Maria dos Anjos, atual diretora nacional do CEBI. Ainda segundo a Diretora, "sua voz silenciou, mas continuará ecoando e transformando corações".
A pastora Elaine Neuenfeldt, ex-diretora nacional, descreve emocionada: "Milton foi inspirador de muito de nós, estudantes de Bíblia, aprendizes da leitura popular; particularmente, devo muitas das minhas reflexoes no Antigo Testamento ao trabalho do Milton; ele foi um dos primeiros na EST (Escola Superior de Teologia) a propor um Curso de Aprofundamento Teologico sobre mulheres no AT. O movimento de leitura popular da biblia e a pesquisa biblica perde um dos seus grandes nomes, um luterano brasileiro que deixa um legado muito importante pra nós".
"Vai fazer uma falta danada! Mas tem tanto livro, tanta gente e  tanta paixão que ressuscitado está!", afirma a pastora metodista e colaboradora do CEBI Nancy Cardoso Pereira.
À sua companheira Rose, às três filhas e a toda a família, o abraço carinhoso do CEBI.