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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nossa Senhora de Guadalupe


Nossa Senhora de GuadalupeNum sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002). 

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. 

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531. 

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou:"Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção. 

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva. 

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". 

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945. 

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira. 


Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Solenidade da Imaculada Conceição



No dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, professando que a Mãe de Jesus foi concebida sem o pecado original, herança com que todos nascemos. A festa é celebrada no tempo litúrgico do Advento, de preparação para o Natal. Neste tempo, é importante lembrar-se também daquela que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Verbo Encarnado; o Filho de Deus vem até nós através de uma mulher.

CHEIA DE GRAÇA - Para ser a mãe de Cristo, Deus escolheu uma mulher santa e pura, cheia de graça. Por isso, como afirma o Concílio Vaticano II, na constituição “Lumen gentium”, Maria, “desde o primeiro instante de sua existência, é enriquecida com uma santidade surpreendente, absolutamente única.” (LG 56) É esse o mistério que celebramos no dia 8 de dezembro: para ser digna Mãe do Verbo, Deus preservou Maria do pecado original e a fez cheia de graça, a fez imaculada desde sua concepção.

REMIDA POR CRISTO - A doutrina da santidade original de Nossa Senhora se firmou inicialmente no Oriente, por volta do século VI ou VII, daí passou para o Ocidente. No século XIII, Duns Scott, teólogo franciscano de inteligência brilhante, defendia que Maria havia sido concebida sem o pecado original, afirmando que ela foi remida por Cristo como todas as pessoas humanas, mas antes de contrair o pecado original, em previsão dos méritos do Redentor que lhe são aplicados também.

DOGMA DE FÉ - Séculos mais tarde, o Papa Pio IX, com a bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1.854, proclamou o dogma da Imaculada Conceição: “Maria foi imune de toda mancha da culpa original desde o primeiro instante de sua concepção, em vista dos méritos de Cristo.” Quatro anos mais tarde, em 1.858, Nossa Senhora confirmava essa verdade. Aparecendo a Bernadete, na cidade francesa de Lurdes, apresentou-se: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

MODELO DE VIDA - A Mãe do Salvador se revela como exemplo de fé, de oração, de escuta da palavra divina, de amor-doação. Nossa devoção deve sempre lembrar a moça que soube dizer sim ao chamado para ser mãe, que se deslocou por caminhos difíceis para servir sua prima Isabel, que na festa de Caná estava servindo e preocupada com a felicidade dos noivos. Maria é a pessoa simples, pobre, que pertencia aos excluídos de sua época. É a mulher firme na condução dos passos de seu Menino, forte ao pé da cruz, exultante na ressurreição de seu Filho.

MÃE DOS CRISTÃOS - Sua existência é uma plena comunhão com o Filho, uma entrega total a Deus. Ela é a mãe imaculada dos cristãos. Como afirma o Papa João Paulo II, Maria é “a primeira e a mais completa realização das promessas divinas. Sua espiritual beleza nos convida à confiança e à esperança. A Virgem toda pura e toda santa nos anima a preparar os caminhos do Senhor e a endireitar seus caminhos.”

CAMINHO PARA BELÉM - A celebração da Imaculada dentro do Advento – tempo de preparação para o Natal de Jesus Cristo – deve nos levar até o presépio de Belém, descobrindo a humildade e a pobreza de nosso Deus e de sua mãe, comprometendo-nos com os pobres e excluídos, os que tiveram o privilégio de receber primeiro o convite para irem adorar o Menino que nasceu.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tempo do Advento



Começamos um novo Ano Litúrgico com o Advento. A palavra Advento (do latim adventu) significa o período das quatro semanas que precedem o Natal até as vésperas deste. No dicionário, é sinônimo de aparecimento, chegada, início, vida.

Para a Igreja de Cristo, o Advento é tempo de preparação, tempo de expectativa e alegria para a vinda de Jesus Cristo, Deus em forma humana, no tempo e na história dos homens, para trazer-lhes a salvação.

"Entrando na casa de Maria, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo! (...) Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa e Jacó, e o seu reino não terá fim". (Lucas 1, 28.30-33)

O Tempo do Advento começa nas primeiras Vésperas do domingo que sucede ao dia 30 de novembro ou o mais próximo desta data, e termina antes das primeiras Vésperas do Natal. Por variar a data do início do Tempo do Advento, tem ele uma duração de aproximadamente três ou quatro semanas. Os dias de 17 a 24 de dezembro constituem uma preparação mais direta para o Natal do Senhor.

Durante o Tempo do Advento não deve-se cantar o Glória, só ocorrendo nas solenidades e festas.

A cor litúrgica nas Missas feriais do Tempo do Advento é o roxo, e a do Natal é o branco.

fonte: http://vozdaigreja.blogspot.com.br/2002/12/tempo-do-advento.html

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um novo amanhecer (Lc 21,25-28.34-36)


Um novo amanhecer (Lc 21,25-28.34-36)


por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
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A partir do primeiro domingo de Advento, iniciamos o ciclo C do Ano Litúrgico, o qual segue o evangelho de Lucas. Segundo Tito (3,4), Lucas é o evangelista da "manifestação do carinho de Deus e de sua amizade para com os homens", dos pobres e dos pecadores, dos pagãos e dos valores humanísticos e também das mulheres.
O grande anseio de Lucas, ao escrever a Boa Notícia de Jesus, era "verificar a solidez dos ensinamentos recebidos" (1,4). Ele quer tirar dúvidas, quer mostrar a beleza do seguimento de Jesus, para fazer arder de novo o coração dos cristãos e cristãs e continuar, assim, a missão.
Por isso, o ciclo C será o ano da práxis cristã segundo o modelo de Jesus Cristo. A quem Lucas vai descrever como um homem de oração, de ternura humana, de convivência fraterna, ao mesmo tempo que é também o profeta por excelência, o novo Elias, o porta-voz credenciado do Altíssimo.
O que significa celebrar o tempo de Advento?
Podemos tomar como ponto de partida a palavra «Advento»; este termo não significa «espera», como poderia se supor, mas é a tradução da palavra grega parusia, que significa «presença», ou melhor, «chegada», quer dizer, presença começada.
Na Antigüidade, era usada para designar a presença de um rei ou senhor, ou também do deus ao qual se presta culto e que presenteia seus fiéis no tempo de sua parusia.
O Advento significa a presença começada do próprio Deus. Por isso, recorda-nos duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou e que ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadurecimento.
Por isso, antes de continuar, paremos para refletir juntos onde já descobrimos a Presença de Deus em nosso mundo tão conturbado?
Os cristãos e cristãs vivemos na certeza consoladora que «a luz do mundo» já foi acesa na noite escura de Belém e transformou a noite da morte, do pecado humano na noite santa da vida humana em plenitude.
O apelo do evangelho de hoje é a levantar e erguer nossas cabeças, porque o Filho de Deus já irrompeu na história humana, foi tecido nas entranhas da humanidade.
Seguindo a tradição do Antigo Testamento, na descrição de diferentes fenômenos cósmicos que Lucas apresenta no início do evangelho de hoje, o manifesto de Deus está presente na nossa vida, está agindo no mundo por meio de tantas pessoas de diferentes raças, culturas, religiões...
Somos nós que temos que descobrir sua Presença, e mais ainda, somos também nós que, por meio de nossa fé, esperança e amor, somos convidados a fazer brilhar continuamente sua Luz na noite do mundo.
Pode ser um bom "exercício" deste tempo, reunidos em comunidade, em família, partilhar juntos/as as luzes que cada um/a de nós temos acessas, pessoal ou comunitariamente.
Agora vem a outra orientação importante do evangelho de hoje: "Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida".
Um dos males de nosso tempo é, sem dúvida, a falta de sensibilidade, vivemos uma vida centrada em nossos próprios interesses, fazendo-nos cegos, surdos e mudos ao sofrimento de nossos irmãos e irmãs.
Atitude totalmente contrária ao Deus de Jesus Cristo: "Eu vi a miséria de meu povo..., ouvi seu clamor...e conheço seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-los..." (cfr. Ex 3,7).
Neste tempo, na esperança de Deus que continua vindo e agindo em nosso mundo, somos convidados/as a aliviar nosso coração daquilo que nos "narcisiza" e desumaniza, para ter um coração mais fraterno e solidário.
Ali Deus se fará presente, "nascerá" novamente, porque onde dois ou mais estejam reunidos em meu nome, eu estarei presente no meio deles.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Carta final do 23º Encontro da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil



Carta final do 23º  Encontro da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil

“Sem as mulheres  os direitos não são humanos...”

Queridos irmãos e irmãs da   Família Dominicana do Brasil
É com alegria que comunicamos a vocês que 68 irmãs e irmãos da COMISSÃO DOMINICANA DE JUSTIÇA E PAZ DO BRASIL estivemos reunidos pelo 23º ano consecutivo, nos dias 17 e 18 de novembro de 2012, em Goiânia.
Num clima de irmandade foram chegando os participantes dos Estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Amazonas, Pará, Tocantins, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Goiás e, num grande círculo, nos acolhemos fazendo a memória orante de algumas companheiras e companheiros: Ir. Revy, Lília Azevedo, Manelão e Ir. Maria Elisa que são uma grande referência na nossa caminhada.
Assessorados por Maria Soave, missionária leiga italiana, “caminheira errante, sem medo de errar, nos múltiplos caminhos entre vida e Bíblia”, aprofundamos o tema Protagonismos e Direitos das mulheres na família dominicana, na Igreja e na sociedade”.
Para iniciar, foram partilhadas três experiências de vida e de trabalho com mulheres na conquista do protagonismo e dos Direitos Humanos, das regiões do Pará, Amazonas e Vale do Jequitinhonha.
Dando continuidade ao nosso estudo, Maria Soave nos apresentou diversos elementos novos e interessantes.
Partilhamos com vocês algumas reflexões significativas que destacamos como apoio para a nossa caminhada de construção de novas relações de gênero:
 É fundamental se pensar no sentido político das palavras, desde suas origens e entender a força que está por trás delas, no sentido de gerar mudanças ou paralisar;
 Existe grande diferença entre desfazer e destruir. Desfazer dá possibilidade de refazer, de construir algo novo. Destruir fecha possibilidades. Quando se fala em relações de gênero, somos convidadas e convidados a desfazer esquemas que rompem essas relações e a refazer novas formas de relação;
 Não nascemos mulher ou homem, nascemos macho ou fêmea. Homem e mulher se constroem continuamente. Existem muitas formas de estar mulher ou estar homem no mundo, mas a sociedade patriarcal, com seu modelo machista de dominação violenta, estabeleceu uma única forma. Essa não é uma questão natural, mas sim histórica, pois não foi assim desde o início da humanidade; em um determinado momento da história surgiu o modelo patriarcal, que pode e urge ser mudado. Necessitamos, então, encontrar formas novas de relações;
 Neste caminho de reconstrução, se faz necessária uma consciência crítica. A leitura bíblica, a partir do método crítico libertador, ou seja, o método de leitura popular da Bíblia nos oferece muitas pistas.
Analisando fábulas e textos Bíblicos, Maria Soave nos ofereceu chaves importantes para uma pregação da Palavra comprometida com a criação de novas relações.
Durante o Encontro, fizemos o exercício do grito e da escuta, onde nós, as mulheres, aprendemos a gritar as dores dos nossos corpos tecidos de alma muitas vezes feridos e os homens foram aprendendo a calar e escutar nossos gritos. Quem sabe este poderia ser o nosso começo?
Com a mulher adúltera, com Míriam, com Maria.... fomos descobrindo os segredos das relações com base nos Direitos Humanos: ousar dizer não quando as diferenças geram dominantes e dominados e a dizer sim ao Projeto de Jesus; ter a audácia de desconfiar e gritar e aprender a arte de assuntar.
Com José de Arimatéia e com José de Maria, vislumbramos outras formas de estar homem.
Queridas irmãs e irmãos, contamos para vocês que todo nosso estudo foi marcado por reflexões, celebrações e convivência que nos apontaram para a importância e necessidade de mais aprofundamento, a partir de nossa realidade, iluminada pela Palavra libertadora do Movimento de Jesus a fim de nos impulsionar a, com audácia e coragem, nos comprometermos com a criação de novas relações de gênero e a continuar trabalhando para o maior protagonismo da mulher pobre e excluída.
Através de cartas, nós manifestamos nossa solidariedade com pessoas e grupos, vitimas de situações de injustiça e da dominação patriarcal.
Manifestamos também nosso apoio à solicitação recebida pela coordenação sobre a nossa participação em projetos de iniciativas não governamentais, relacionadas ao que vem sendo feito pela Comissão Nacional da Verdade, com ações concretas de base e sobre o tema do próximo Encontro que será “Trabalho de base e articulação das ações de Justiça e Paz”. Esse Encontro será, em Goiânia, dias 05 e 06 de outubro de 2013.
Elaboramos uma Nota Pública na linha de Justiça e Paz que será divulgada na Mídia em geral.
Finalizamos esta carta expressando aqui nossa irmandade dominicana com uma carinhosa saudação a todas e todos vocês.



Goiânia, 18 de novembro de 2012.

sábado, 10 de novembro de 2012

Quando 10 centavos valem mais que 1.000 reais


Quando 10 centavos valem mais que 1.000 reais - Mesters e Lopes


por CEBI Publicações
QUANTO 10 CENTAVOS VALEM MAIS QUE 1.000 REAIS...
DEUS SE REVELA NA PARTILHA DA VIÚVA POBRE
Marcos 12,38-44

Texto extraído do livro CAMINHANDO COM JESUS - Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos (2ª parte) - Coleção A Palavra na Vida 184/185. Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes. CEBI Publicações. Saiba mais no endereçovendas@cebi.org.br.


ABRIR OS OLHOS PARA VER
No texto de hoje, Jesus elogia uma viúva pobre porque ela soube partilhar mais do que todos os ricos. Muitos pobres de hoje fazem o mesmo. O povo diz: "Pobre não deixa morrer de fome". Mas às vezes, nem isso é possível. Dona Cícera, que veio do interior da Paraíba para morar na periferia de João Pessoa, dizia: "No interior, a gente era pobre, mas tinha sempre uma coisinha para dividir com o pobre na porta. Agora que estou aqui na cidade, quando vejo um pobre que vem bater na porta, eu me escondo de vergonha, porque não tenho nada em casa para dividir com ele!" De um lado: gente rica que tem tudo, mas não quer partilhar. Do outro lado: gente pobre que não tem quase nada, mas quer partilhar o pouco que tem. Vamos conversar sobre isso.

COMENTANDO
Marcos 12, 38-40: Jesus critica os doutores da Lei
Jesus chama a atenção dos discípulos para o comportamento ganancioso e hipócrita de alguns doutores da Lei. Estes tinham gosto em circular pelas praças com longas túnicas, receber as saudações do povo, ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes. Eles gostavam de entrar nas casas das viúvas e fazer longas preces em troca de dinheiro! E Jesus termina: "Essa gente vai receber um julgamento mais severo!"
Marcos 12, 41-42: A esmola da viúva
Jesus e os discípulos, sentados em frente ao cofre do Templo, observavam como todo  o mundo colocava aí a sua esmola. Os pobres jogavam poucos centavos, os ricos jogavam moedas de grande valor. Os cofres do Templo recebiam muito dinheiro. Todo o mundo trazia alguma coisa para a manutenção do culto, para o sustento do clero e para a conservação do prédio. Parte deste dinheiro era usada para ajudar os pobres, pois naquele tempo não havia previdência social. Os pobres viviam entregues à caridade pública. Os pobres que mais precisavam da ajuda dos outros eram os órfãos e as viúvas. Estas não tinham nada. Dependiam em tudo da caridade dos outros. Mas mesmo sem ter nada, elas faziam questão de partilhar. Assim, uma viúva bem pobre colocou sua esmola no cofre do Templo. Poucos centavos apenas!
Marcos 12, 43-44: Jesus aponta onde se manifesta a vontade de Deus
O que vale mais: os 10 centavos da viúva ou os 1.000 reais dos ricos? Para os discípulos, os 1.000 reais dos ricos eram muito mais úteis para fazer a caridade do que os 10 centavos da viúva. Eles pensavam que o problema do povo só poderia ser resolvido com muito dinheiro. Por ocasião da multiplicação dos pães, eles tinham dito a Jesus: "O senhor quer que vamos comprar pão por 200 denários para dar de comer ao povo?" (Mc 6,37). De fato, para quem pensa assim, os 10 centavos da viúva não servem para nada. Mas Jesus diz: "Esta viúva que é pobre lançou mais do que todos os que ofereceram moedas ao Tesouro". Jesus tem critérios diferentes. Chamando a atenção dos discípulos para o gesto da viúva, ele ensina onde eles e nós devemos procurar a manifestação da vontade de Deus, a saber, nos pobres e na partilha.

ALARGANDO
Esmola, partilha, riqueza
A prática de dar esmolas era muito importante para os judeus. Era considerada uma "boa obra", pois dizia a lei do AT: "Nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, do teu humilde e do teu pobre em tua terra" (Dt 15,11). As esmolas, colocadas no cofre do Templo, seja para o culto, seja para os necessitados, os órfãos ou viúvas, eram consideradas como uma ação agradável a Deus. Dar esmolas era uma maneira de se reconhecer que todos os bens e dons pertencem a Deus e que nós somos apenas administradores e administradoras desses dons, para que haja vida em abundância para todas as pessoas.
Foi a partir do Êxodo que o povo de Israel aprendeu a importância da esmola, da partilha. A caminhada dos 40 anos pelo deserto foi necessária para superar o projeto de acumulação que vinha do faraó e que estava na cabeça do povo. É mais fácil sair do país do faraó que deixar a mentalidade dele. Ela é sutil demais. Foi preciso experimentar a fome no deserto para aprender que os bens necessários à vida são para todos. Este é o ensinamento da história do maná: "Nem aquele que tinha juntado mais tinha maior quantidade, nem aquele que tinha colhido menos encontrou menos" (Ex 16,18).
Mas a tendência à acumulação era e continua muito forte. Fica difícil uma pessoa livrar-se dela totalmente. Ela renasce sempre no coração humano. É com base nesta tendência que os grandes impérios da história da humanidade se formaram. Ela está no coração da ideologia destes impérios. Assim, cerca de 1.200 anos depois da saída do Egito, Jesus vai mostrar a conversão necessária para a entrada no Reino. Ele disse ao jovem rico: "Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres" (Mc 10,21). A mesma exigência é repetida nos outros evangelhos: "Vendei vossos bens e dai esmolas. Fazei bolsas que não fiquem velhas, um tesouro inesgotável nos céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói" (Lc 12,33-34; Mt 6,9-20). E Mateus acrescenta o porquê dessa exigência: "Pois onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração" (Mt 6,21).
A prática da partilha e da solidariedade é uma das características que o Espírito de Jesus, comunicado no dia de Pentecostes (At 2,1-13), quer realizar nas comunidades. O resultado da efusão do Espírito é este: "Não havia entre eles necessitado algum. De fato, os que possuíam terrenos ou casas, vendendo-os, traziam o resultado da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos" (At 4,34-35a; 2,44-45). Estas esmolas recebidas pelos apóstolos não eram acumuladas, mas "distribuía-se, então, a cada um, segundo a sua necessidade" (At 4,35b; 2,45).
A entrada de ricos na comunidade cristã, por outro lado, possibilitou uma expansão do cristianismo, dando melhores condições para o movimento missionário. Mas, por outro lado, a acumulação dos bens bloqueava o movimento da solidariedade e da partilha provocado pela força do Espírito de Pentecostes. Tiago quer ajudar estas pessoas a perceberem o caminho equivocado no qual estão metidas: "Pois bem, agora vós, ricos, chorai por causa das desgraças que estão a sobrevir. A vossa riqueza apodreceu e as vossas vestes estão carcomidas pelas traças" (Tg 5,1-3). Para aprender o caminho do Reino, todos precisam tornar-se alunos daquela viúva pobre, que partilhou tudo o que tinha, o necessário para viver (Mc 12,41-44).

Fonte:http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=21&noticiaId=3492

sábado, 3 de novembro de 2012

São Martinho de Lima


São Martinho de Lima
Filho de nobre cavaleiro espanhol e de negra do Panamá, de origem africana, Martinho (nascido em Lima a 9 de dezembro de 1579) não teve infância feliz. Por causa da pele escura o pai não o quis reconhecer e no livro de batizados foi registrado como filho de pai ignorado. Viveu pobremente até aos oito anos de idade em companhia da mãe e de uma irmãzinha, nascida dois anos depois dele. Após breve período de tranquilidade ao lado do pai no Equador, foi de novo abandonado a si mesmo, embora o pai mandasse o necessário para completar os estudos. Martinho tinha muita inclinação para a medicina e aprendeu as primeiras noções na farmácia-ambulatório de dois vizinhos de casa.
Com a idade de 15 anos abandonou tudo e foi bater na porta do convento dos dominicanos em Lima. Foi admitido apenas como terciário e incumbido dos trabalhos mais humildes da comunidade. Fez da vassoura uma espécie de divisa (um antigo retrato no-lo apresenta com o modesto mas indispensável instrumento caseiro na mão) e reservava para si todos os trabalhos mais pesados e repugnantes. Por fim, os superiores perceberam o que representava aquela alma para a Ordem, e acolhendo-o como membro efetivo a 2 de junho de 1603, admitiram-no à profissão solene. Também na qualidade de irmão leigo quis permanecer a escória do convento, mas a sua santidade começou a refulgir para além dos limites do mosteiro, pelos extraordinários carismas com os quais era dotado, como as profe-cias, os êxtases, as bilocações.
Embora nunca tivesse se distanciado de Lima, foi visto na África, na China, no Japão para confortar missionários em dificul-dades. A este humilde irmão leigo recorriam para conselho teólogos, bispos e autoridades civis. Mais de uma vez o próprio vice-rei teve de aguardar diante da sua cela, porque frei Martinho estava em êxtase.
Durante uma peste epidêmica, curou todos os que recorreram a ele, e aos seus sessenta confrades curou prodigiosamente. Com o mesmo candor de um são Francisco dirigia suas atenções a todas as criaturas, compreendidos os ratos, que lhe obedeciam docilmente.
Viram-no, por mais de uma vez, chamar os ratos aninhados na sacristia e conduzi-los para fora, num canto do jardim: ainda hoje invocam-no na infestação de ratos. Morreu a 3 de novembro de 1639. Beatificado em 1837 por Gregório XVI, foi canonizado a 6 de maio de 1962 por João XXIII. No ano de 1966 Paulo VI o proclamou patrono dos barbeiros.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Entrevista com Dom Pedro Casaldáliga


“Não vejo almas andando pelas ruas, vejo pessoas”, Dom Pedro Casaldáliga

Entre outras declarações Dom Pedro Casaldáliga defende que a igreja reveja o celibato


http://www.agenciadanoticia.com.br/phpThumb/phpThumb.php?src=fotos/mega_noticias_fotos/8062/capa/mid/8062.JPG&w=400&h=300&q=95&far=C&zc=1
Dom Pedro Casaldáliga 
Foto por: Agência da Notícia com Ari Dorneles
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Queria começar este texto perguntando o que faz um homem ser um herói, mas ao pesquisar mais a fundo o conteúdo desta entrevista percebi que se assim fizesse estaria cometendo um grande equivoco, pois ser um herói é bem diferente de ser um santo.
E talvez esta seja a melhor definição de Dom Pedro Casaldáliga, bispo da prelazia de São Félix do Araguaia que enfrentou a ditadura e os poderosos do latifúndio para defender aquilo que acreditava, construiu uma imagem ao longo do tempo, que ele mesmo afirma ser impossível negar, mas que também não pode se aproveitar dela.
Deus não chama ninguém a ser herói, chama alguns para ser santo. E estes apesar de fazerem muito, e muito mais que os heróis, acham que poderiam ter feito mais, pois não fazem com sua força própria, fazem com a graça.
Veja trechos da entrevista de Dom Pedro Casaldáliga ao jornal Agência da Notícia do dia 28 de fevereiro. Nela ele fez declarações polêmicas em relação à política, ao agronegócio e a igreja Católica.
Ao lutar contra o latifúndio, automaticamente o senhor teve de enfrentar pessoas poderosas na região, em uma época onde a lei do mais forte prevalecia, quais foram os momentos mais críticos que o senhor enfrentou?
- Vivíamos sobre constantes ameaças, era uma situação tensa, não podia estar em cima do muro, ou defendia o latifúndio ou os trabalhadores e os índios. As forças armadas do governo agiam estritamente na área da prelazia, era uma operação de controle. Eu fui ordenado Bispo em 1971 na beira do Rio Araguaia, só não cortaram meu pescoço ou me devolveram à Espanha, porque eu era Bispo.
O senhor foi perseguido por latifundiários, sofreu oposição dentro da própria Igreja Católica, o que o motivava a continuar lutando pelos mais fracos?
- Um jornalista me perguntou uma vez em Porto Alegre do Norte se eu sentia culpa pela morte do padre João Bosco, eu respondi a ele que o culpado era Cristo, por Ele que o padre João Bosco estava aqui. Eu estou aqui pelo evangelho, mas para mim as questões secundárias, não são secundárias, pois Cristo veio para salvar almas, mas não vejo almas andando pelas ruas, vejo pessoas.
Do que o senhor sente saudade?
- De Deus, tenho vontade de estar cheio de Cristo. Saudades de muitas coisas, da família, de lugares por onde andei. Saudades de coisas especificas como um prato servido na Catalunha, um pão com tomate, azeite de oliveira e um pedaço de pernil, que só é encontrado lá, faz tempo que estou de regime, sem sal, sem frituras e sem gorduras, como diziam uma mulher sem graça. Gosto muito de cinema, da pra assistir alguns filmes de vez em quando aqui em casa, isso facilita um pouco. Tenho saudades dos amigos, dos perigos, mas não sou um saudosista romântico.
O senhor tem idéia do que Dom Pedro Casaldáliga significa para o Mato Grosso, e isso lhe deixa apreensivo?
- Eu procuro insistir sempre com a equipe pastoral, que por ser Bispo, por meu temperamento, por escrever, por ser poeta, por ter feito algumas viagens e ações fui criando uma imagem que não tenho o direito de negar, mas também não posso aproveitar.
O senhor acredita que é uma pessoa radical?
- O evangelho é radical, vejo minha missão aqui como uma questão de fé. A evangelização não é uma questão apenas de alma, não vejo almas caminhando pela rua, vejo pessoas. E são as pessoas minha maior preocupação.
O senhor se negaria a abençoar um grande fazendeiro, ou rezaria um missa em uma grande propriedade rural?
- Hoje já sou um Bispo aposentado, mas para fazer isso é preciso cumprir as normas da igreja. A questão não é se a pessoa é rica ou pobre, mas sim se é uma pessoa de bem ou não, explorador ou não. Agora como vou abençoar uma pessoa que explora e persegue pessoas, antigamente alguns peões se vendiam aos patrões e perseguiam seus colegas de trabalho, como abençoar uma pessoa assim? Uma vez enterramos um peão sem caixão e nome no cemitério na beira do Araguaia, e falei nessa missa que “a vida deste peão não vale menos que a minha”, mas ele estava sendo enterrado sem nenhum  registro e sem a família nunca saber o que aconteceu com ele. Isto é correto?
O que o senhor pensa quando a imprensa divulga os casos de abuso sexual cometido por padres?
- Esse problema é secular, só que acontecia dentro das próprias famílias, entre pai e filhos, irmãos, primos e isso ficava dentro da própria família. Agora a coisa estourou, primeiro porque temos mais liberdade de comunicação, segundo porque alguns espertos principalmente nos EUA e na Irlanda descobriram uma fonte para abrir processos e terceiro porque a igreja precisa reestudar novamente o problema do celibato. O vaticano disse a pouco que o celibato não é pra discutir, mas é sim, não que o celibato seja a causa principal, mas o problema sexo precisa ser revisto. Na bíblia tem três tipos de castrados, pela natureza, pelo homem e por Deus, aqueles que renunciam ao matrimonio para dedicar sua vida a obra de Deus, existe essa vocação e quem ha têm, precisa assumir. Agora falei uma vez para um grupo de seminaristas que a renúncia ao sexo não acontece uma vez apenas, mas é uma luta diária que nos acompanha a vida toda. É uma renúncia diária, é preciso rever o celibato com mais realismo.
Olhando para sua história no Araguaia o senhor tem o sentimento de que cumpriu sua missão?
- Não! Apenas fiz alguma coisa, mas poderia ter feito muito mais. Não me preocupo com isso por que Deus é amor, não seremos julgados, seremos abraçados. Jesus não disse “Juiz nosso que estás no Céu, mas Pai nosso que estás no Céu”.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

PJ lança roteiro sobre Eleições 2012


PJ lança roteiro sobre Eleições 2012



 Querida juventude,

“Felizes os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.”
(Mt 5,9)

O Brasil vive um momento de mudanças no cenário político nos municípios. É o tempo das eleições municipais, fato este que afetam diretamente as nossas vidas, seja pelo envolvimento próximo de muitos/as jovens, seja pela simples noção de que o nosso voto interferirá na sociedade em que vivemos pelos próximos quatro anos.
Nas eleições de 2012, mais de um milhão de jovens com 16 anos deverão votar pela primeira vez. Somados aos/as jovens de 17 a 20 anos, eles são mais de 11 milhões de eleitores. Temos também os/as mais de 17 mil jovens na faixa etária entre os 18 a 24 anos, que são candidatos aos cargos de vereador ou prefeito. Dentre eles/as muitos oriundos de uma caminhada e participação eclesial, em especial na PJ. A participação dos/as jovens na política é uma oportunidade de contribuir para a maturidade da democracia no país e boa parcela dos/as jovens brasileiros estão, sim, dispostos a participar das decisões políticas do país
Neste intuito, a Pastoral da Juventude (PJ) aproveita este momento importante para ajudar os grupos de base a refletirem melhor sobre a participação da juventude na política. Apesar dos sucessivos fatos apresentados pela mídia, especialmente nas redes sociais, desmotivando a participação da sociedade na política, é preciso ter em mente que o período das eleições é um momento que suscita na sociedade a possibilidade de mudança deste cenário.  Além disso, estamos em sintonia com a proposta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que este ano motiva nos cristãos e em toda a sociedade a reflexão do voto consciente, para que não sejam reeleitos candidatos de “ficha suja”. Outra proposta é promover o voto consciente que surge da necessidade de não permitir a venda de votos, uma prática que apesar de antiga e considerada ultrapassada, ainda persiste e ressurge de várias maneiras nos períodos eleitorais.
Queremos com este subsidio dialogar sobre a política para e com os/as jovens, do nosso jeito de ser Igreja, de forma simples e com uma linguagem acessível. Por isso elaboramos um roteiro para encontro dos grupos de base e rodas de conversa, divididos em dois blocos. Segue ainda, em anexo, o material da CNBB “Voto Consciente – Eleições 2012” e o documento “Pacto pela Juventude”, uma proposição das organizações da sociedade civil que compõe o Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE), para que os governos federal, estaduais e municipais se comprometam com as políticas públicas de juventude em suas ações e programas, e aos candidatos/as a prefeitos/as e vereadores/as para que incorporem as demandas juvenis em suas plataformas eleitorais.
Desejamos que este material chegue aos nossos/as jovens, bem como a vontade de mudar a sociedade em que vivemos, que inicia com o bom emprego do nosso voto.

Bom trabalho a todos/as e boa eleição!

Coordenação Nacional e Comissão Nacional de Assessores/as da
Pastoral da Juventude

Baixe o subsídio no link:
Autor/Fonte: Teias da Comunicação

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ecumenismo - Ninguém é dono de Jesus (M c 9,30-37)


Ecumenismo - Ninguém é dono de Jesus (M c 9,30-37)- Mesters e Lopes


por CEBI Publicações
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ECUMENISMO
NINGUÉM É DONO DE JESUS
MARCOS 9,30-37

Texto extraido do livro ''CAMINHANDO COM JESUS'' - Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos - Coleção A Palavra na Vida 184/185. CEBI Publicações

ABRIR OS OLHOS PARA VER
O texto de Evangelho que vamos meditar hoje traz uma grande incoerência da parte dos discípulos de Jesus. Enquanto Jesus anunciava a sua paixão e morte, os discípulos discutiam entre si quem deles era o maior. Jesus queria servir, eles só pensavam em mandar! A ambição os levava a querer subir às custas de Jesus. Vamos conversar sobre isto.

SITUANDO
Esta reflexão traz o segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Como no primeiro anúncio - Mc 8, 27-38 -, os discípulos ficam espantados e com medo. Não entendem a palavra sobre a cruz, porque não são capazes de entender nem de aceitar um Messias que se faz empregado e servidor dos irmãos. Eles continuam sonhando com um messias glorioso. O texto ajuda a perceber algo da pedagogia de Jesus. Mostra como ele formava os discípulos, como os ajudava a perceber e a superar o "fermento dos fariseus e de Herodes".
Tanto na época de Jesus como na époica de Marcos, havia o fermento da ideologia dominante. Também hoje, a ideologia da propagandas do comércio, do consumismo, das novelas influi profundamente no modo de pensar e de agir do povo. Na época de Marcos, nem sempre as comunidades eram capazes de manter uma atitude crítica frente à invasão da ideologia do império. A atitude de Jesus com relação aos apóstolos, descrita no evangelho, as ajudava e continua ajudando a nós hoje.

COMENTANDO
Marcos 9,30-32: O anúncio da cruz
Jesus caminha através da Galiléia, mas não quer que o povo o saiba, pois está ocupado com a formação dos discípulos e discípulas e conversa com eles sobre a cruz. Ele diz que, conforme a profecia de Isaías - Is 53,1-10 -, o Filho do Homem deve ser entregue e morto. Isto mostra como Jesus se orientava pela Bíblia, na formação aos discípulos. Ele tirava o seu ensinamento das profecias. Os discípulos o escutam, mas não entendem a palavra sobre a cruz. Mesmo assim, não pedem esclarecimento. Eles tem medo de deixar transparecer sua ignorância.
Marcos 9,33-34: A mentalidade de competição
Chegando em casa, Jesus pergunta: Sobre que vocês estavam discutindo no caminho? Eles não respondem. É o silêncio de quem se sente culpado, pois pelo caminho discutiam sobre quem deles era o maior. Jesus é bom formador. Não intervém logo, mas sabe aguardar o momento oportuno para combater a influência da ideologia dos seus formandos. A mentalidade de competição e de prestígio que caracteriza a sociedade do Império Romano já se infiltrava na pequena comunidade que estava apenas começando! Aqui aparece o contraste! Enquanto Jesus se preocupa em ser o Messias Servidor, eles só pensam em ser o maior. Jesus procura descer. Eles querem subir!
Marcos 9, 35-37: Servir, em vez de mandar
A resposta de Jesus é um resumo do testemunho de vida que ele mesmo vinha dando desde o começo: Quem quer ser o primeiro seja o último de todos, o servidor de todos! Pois o último não ganha nada. É um servo inútil (cf. Lc 17,10). O poder deve ser usado não para subir e dominar, mas para descer e servir. Este é o ponto em que Jesus mais insistiu e em que mais deu o seu próprio testemunho (cf. Mc 10,45; Mt 20,28; Jo 13,1-16).
Em seguida, Jesus coloca uma criança no meio deles. Uma pessoa que só pensa em subir e dominar não daria tão grande atenção aos pequenos e às crianças. Mas Jesus inverte tudo! Ele diz: "Quem receber uma destas crianças em meu nome é a mim que recebe. Quem receber a mim recebe aquele que me enviou! Ele se identifica com as crianças. Quem acolhe os pequenos em nome de Jesus acolhe o próprio Deus!

ALARGANDO
Um retrato de Jesus como formador
"Seguir" era um termo que fazia parte dos sitema da época. Era usado para indicar o relacionamento entre o discípulo e o mestre. O relacionamento mestre-discípulo é diferente do relacionamento professor-aluno. Os alunos assistem às aulas do professor sobre uma determinada matéria. Os discípulos "seguem" o mestre e convivem com ele. Foi nesta "convivência" de três anos com Jesus que os discípulos e as discípulas receberam a sua formação.
Não é pelo fato de uma pessoa andar com Jesus que ela já é santa e renovada. No meio dos discípulos, cada vez de novo, a mentalidade antiga levantava a cabeça, pois o "fermanto de Herodes e dos fariseus" - Mc 8,15-, isto é, a ideologia dominante, tinha raízes profundas na vida daquele povo. A conversão que Jesus pede quer atingir a raiz e erradicar o "fermanto''. Já vimos como Jesus combatia a mentalidade antigo de competição e de prestígio - Mc 9,33-37 e a mentalidade fechada de quem se considera dono de tudo - Mc 9,38-40. Eis alguns outros casos desta ajuda fraterna de Jesus aos discípulos.
.: Mentalidade de grupo que se considera superior aos outros
Certa vez, os samaritanos não queriam dar hospedagem a Jesus. Reação dos discípulos: "Que um fogo do céu acabe com esse povo" (Lc 9,54). Achavam que, pelo fato de estarem com Jesus, todos deviam acolhê-los. Pensavam ter Deus do seu lado para defendê-los. Era a mentalidade antiga de "Povo eleito, Povo privilegiado!" Jesus os repreende: ''Vocês não sabem de que espírito estão sendo animados" (Lc 9,55).
.: Mentalidade de quem marginaliza o pequeno
Os discípulos afastavam as crianças. Era a mentalidade da cultura da época em que criança não contava e devia ser disciplinada pelos adultos. Jesus os repreende: ''Deixem vir a mim as crianças!" (Mc 10,14). Ele coloca a criança com professora de adulto: "Quem não receber o Reino como uma criança não pode entrar nele" (Lc 18,17).
.: Mentalidade de quem pensa conforme a opinião de todo mundo
Certo dia, vendo um cego, os discípulos perguntaram: ''Quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9,2). Como hoje, o poder da opinião pública era muito forte. Fazia todo o mundo pensar de acordo com a cultura dominante. Enquanto se pensa assim não é possível perceber todo o alcance da Boa Nova do Reino. Jesus os ajuda a ter uma visão mais crítica: ''Nem ele, nem os pais dele'' (Jo 9,3). A resposta de Jesus supõe uma leitura diferente da realidade.
Jesus, o Mestre, é o eixo, o centro e o modelo da formação. Pelas suas atitudes, ele é uma amostra do Reino, encarno o amor de Deus e o revela (Mc 6,31; Mt 10,30; Lc 15,11-32). Muitos pequenos gestos refletem este testemunho de vida com que Jesus marcava presença na vida dos discípulos e ds discípulas, preparando-os para a vida e a missão. Era a sua maneira de dar forma humana a experiência que ele mesmo tinha de Deus como Pai:
.: Envolve-os na missão - Mc 6,7; Lc 9,1-2; 10,1.
.: Na volta, faz revisão com eles - Lc 10,17-20.
.: Corrige-os quando erram e querem ser os primeiros - Mc 9,33-35; 10,14-15.
.: Aguarda o momento oportuno para corrigir - Lc 9,46-48; Mc 10,14-15.
.: Ajuda-os a discernir - Mc 9,28-29.
.: Interpela-os quando são  lentos - Mc 4,13; 8,14-21.
.: Prepara-os para o conflito - Jo 16,33; Mt 10,17-25.
.: Manda observar a realidade - Mc 8,27-29; Jo 4,35; Mt 16,1-3.
.: Reflete com eles sobre as questões do momento - Lc 13,1-5.
.: Confronta-os com as necessidades do povo - Jo 6,5.
.: Ensina que as necessidades do povo estão acima das prescrições rituais - Mt 12,7.12.
.: Tem momentos a sós para poder instrui-los - Mc 4,34; 7,17; 9,30-31; 10,10; 13,3.
.: Sabe escutar, mesmo quando o diálogo é difícil - Jo 4,7-42.
.: Ajuda-os a aceitar a si mesmos - Lc 22,32.
.: É exigente e pede para deixar tudo por amor a ele - Mc 10,17-31.
.: É severo com a hipocrisia - Lc 11,37-53.
.: Faz mais perguntas que dá respostas - Mc 8,17-21.
.: É firme e não se deixa desviar do caminho - Mc 8,33; Lc 9,54.
.: Prepara-os para o conflito e a perseguição - Mt 10,16-25.
Este é um retrato de Jesus como formador. A formação do "seguimento de Jesus" não era, em primeiro lugar, a transmissão de verdades a serem decoradas, mas sim a comunicação da nova experiência de Deus e da vida que irradiava de Jesus para os discípulos e discípulas. A própria comunidade que se formava ao redor de Jesus era  a expressão desta nova experiência. A formação levava as pessoas a terem outros olhos, outras atitudes. Fazia nascer nelas uma nova consciência a respeito da missão e a respeito de si mesmas. Fazia com que fossem colocando os pés do lado dos excluídos. Produzia, aos poucos, a "conversão" como consequência da aceitação da Boa Nova (Mc 1,15).

fonte: www.cebi.org.br

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mês da Bíblia

Setembro é o mês da Bíblia para várias igrejas cristãs. O Evangelho de Marcos (Mc) foi escolhido para ser o texto bíblico do mês da Bíblia de 2012. Eis, abaixo, algumas pistas para ajudar na interpretação de Mc.



Evangelho de Marcos: seguir Jesus a partir dos injustiçados.
Gilvander Luís Moreira[1]

Mc não foi escrito enquanto Jesus de Nazaré convivia com o povo, consolando os aflitos e afligindo os consolados. Mc foi escrito por volta dos anos 70 do 1º século da era cristã. Logo, trata-se de teologia da história e não de uma crônica jornalística da práxis e do ensinamento do Galileu. Provavelmente, Mc foi escrito fora da Palestina, na periferia da capital do Império Romano, onde os apóstolos Paulo e Pedro tinham, segundo a tradição, sido martirizados. Mc objetiva guiar as primeiras comunidades cristãs que enfrentavam - e, hoje, as pessoas cristãs que enfrentam -, muitos problemas e desafios.
Mc inicia dizendo: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (Mc 1,1). Assim, Marcos é o criador do gênero Evangelho. Mc é único dos quatro evangelhos da Bíblia que usa a palavra Evangelho[2] (eu + angelos, em grego), que quer dizer boa notícia aos empobrecidos e, conseqüentemente, péssima notícia para os opressores dos pobres (cf. Lc 4,18-19).
Organizado seguindo uma seqüência cronológica, Mc, com 16 capítulos, é o menor Evangelho da Bíblia. Mc é uma das fontes para a elaboração dos outros três evangelhos: Mt, Lc e Jo. Encontramos também em Mc algumas ausências. Não há narrativa da genealogia, nem das infâncias de João Batista e de Jesus, nem do Pai Nosso e nem das Bem aventuranças. A narrativa das tentações está resumida (Mc 1,13).
O autor de Mc faz questão de dizer: “Depois que João (Batista) foi preso, veio Jesus para a Galileia proclamando o Evangelho de Deus...” (Mc 1,14). Quer dizer, foi um acontecimento político - repressão ao profeta João Batista, líder de um movimento popular-religioso -, feito pelo governador Herodes, que fez Jesus reconhecer que a sua hora tinha chegado, que era preciso iniciar sua missão pública. Mc mostra também Jesus travando conflito com autoridades religiosas (Mc 2,1-3,6), mas em Mc o grande inimigo de Jesus e do seu Projeto é o poder político. Conseqüência: somos discípulos/as de um prisioneiro político. Impossível ser pessoa cristã sem se comprometer com a luta por justiça, com uma Política que constrói uma sociedade justa, solidária, ecumênica, com direitos humanos e sustentabilidade ambiental.
Em Mc, os empobrecidos, excluídos, doentes, endemoninhados, cegos, surdos-mudos... todos os injustiçados se sentem atraídos por Jesus. Vão ao encontro dele, revelam grandeza de espírito, audácia e passam a seguir o mestre Galileu tornando-se seus discípulos/as. Por outro lado, em Mc, os apóstolos e discípulos revelam ter uma grande dificuldade de entender o projeto de Jesus. São “duros e ignorantes”. Isso aparece nas repreensões a Pedro (Mc 8,32s), na discussão dos discípulos sobre a hierarquia de cada um deles na hierarquia apostólica (Mc 9,32ss), no pedido dos filhos de Zebedeu solicitando para si os primeiros lugares (Mc 10,35-45). Enfim, em Mc os/as autênticos/as discípulas/os são os oprimidos e injustiçados.
Havia na época de Marcos quem entendesse milagre como algo extraordinário e para além da natureza, feitos a serem realizados apenas por quem tivesse um poder para além do humano. Para combater essa ideia, o autor de Mc vai mostrar Jesus fazendo milagres como exercício de solidariedade, de cuidado, de ação misericordiosa. Em Mc os milagres têm também a força de desestabilizar o status quo religioso, porque Jesus, sem ser sacerdote, sendo leigo e sem cobrar nada, curava as pessoas, dentro de um processo de solidariedade gratuita. Isso minava a privatização da saúde que, sob pagamento, estava nas mãos dos sacerdotes, do sinédrio.
Marcos vai, ao longo do Evangelho, demonstrar que Jesus é o Cristo, o messias filho de Deus, mas não o messias do poder, nem do prestígio, nem da pureza, nem da Lei, nem da religião burguesa, mas o messias servo sofredor. Por isso Marcos faz Theologia crucis. Jesus é aquele que por amor extremado à humanidade se doa até ao martírio.
Marcos concebeu seu evangelho a partir da paixão. Isto se comprova pelas repetidas condenações à morte sentenciadas pela hierarquia judaica. A primeira decisão se executar Jesus foi tomada no final do primeiro confronto com adversários na Galileia (Mc 3,6); as seguintes se escalonam até o relato da paixão (Mc 11,18; 12,12; 14,1s.55). O caminho de Jesus em Mc é acompanhado pela sombra da morte.
Em Mc há um arco de tensão. Jesus é filho de Deus do início ao fim do evangelho (Mc 1,1.11; 15,39), mas como servo que ama gratuitamente a todos a partir dos injustiçados. No meio do evangelho aparecem ameaças de morte – e de ressurreição - para Jesus (Mc 8,31; 9,31, 10,33s). Assim, Jesus percebe que seu caminho passará pelo martírio. Livremente o Galileu enfrenta as injustiças e se doa integralmente.
Mc é o evangelho do Movimento e do Caminho. Jesus e seu movimento popular-religioso estão sempre se movimentando, sempre em missão, sempre a Caminho. É o Profeta que prepara o caminho (Mc 1,2) e clama para o povo preparar o caminho (Mc 1,3). Jesus está quase sempre caminhando (Mc 1,16). Vai com os discípulos “a caminho do mar” (Mc 3,7) e também descreve o que acontece pelo caminho (Mc 8,3.27; 9,33-34; 10,32.52). Da mesma forma, quem aceita Jesus deve segui-lo e empunhar seu projeto, que é de libertação integral. Em Mc o verbo “seguir” aparece dez vezes.[3] As primeiras pessoas cristãs pertenciam ao Caminho (At 9,2; 18,25-26; 19,9-23).
Em Mc, o Projeto de Jesus e seu Movimento não são uma “boa notícia para agradar gregos e troianos”, opressores e oprimidos. Trata-se de boa notícia para todos, mas a partir dos empobrecidos. Mc faz opção pelos pobres. Por isso, em Mc são freqüentes os contrastes e conflitos. Ou se está do lado de Jesus ou contra Ele. O verbo “discutir”[4] aparece várias vezes em Mc.
Em Mc estão em seguida dois acontecimentos dialéticos: o banquete da morte (festa de Herodes, cf.  Mc 6,14-29) e o banquete da vida (partilha dos pães, cf. Mc 6,30-44). O banquete da morte acontece à custa do banquete da vida.
O Herodes de Mc 6,14-29 é o Herodes Antipas, filho menor de Herodes o Grande e de Maltace, governou sobre a Galileia de 4 a.C. a 39 da Era Cristã. Ele aparece na morte de Jesus (Lc 23,7). Mandou matar João Batista (Mc 6,14-29). Segundo Flávio Josefo, as regiões de Pereia e Galileia davam à corte de Herodes cerca de 200 talentos[5] por ano.[6] Mc diz que a causa da prisão de João teria sido uma denúncia de “imoralidade”, mas Flávio Josefo dá outra versão: Herodes teria mandado matar João Batista porque a reputação dele era tão grande que os seus conselhos eram seguidos de maneira geral, e isso poderia levar o povo à rebelião e à desobediência civil, à insurreição, e por isso, considerou melhor tirá-lo do caminho a tempo do que correr perigo, no caso de virada das coisas. E então, quando já seria tarde demais, quando teria de se arrepender.
Mc denuncia esse banquete da morte e propõe o banquete da vida, que passa pela partilha do pão, pela organização, fraternidade e solidariedade.
Um oficial militar do império romano, em Mc 15,39, exclama ao contemplar Jesus crucificado: “Verdadeiramente este homem é o Filho de Deus.” Ou seja, para ser discípulo/a autêntico/a é preciso contemplar os crucificados da história, se comover com a dor deles e abraçar suas causas de libertação. Isso implica por a vida em risco.
Em Mc 16 se anuncia aos que procuram no cemitério: “Jesus está vivo, ressuscitado. Voltem para a Galileia, pois lá vocês farão a experiência de que Jesus está vivo.” Hoje, há milhões de pessoas em muitas Galileias testemunhando que Jesus e seu Evangelho estão vivos em tantos que se doam e combatem lutando por justiça e paz. Assim, o Evangelho de Marcos nos convida para seguir Jesus e seu Projeto a partir dos injustiçados.
Enfim, bom mês da Bíblia para você e sua Comunidade na companhia do Evangelho de Marcos.

Belo Horizonte, MG, Brasil, 03 de setembro de 2012.



[1] Frei e padre carmelita, mestre em Exegese Bíblica; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina, em Minas Gerais, Brasil; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluis - facebook: Gilvander Moreira
[2] A palavra “Evangelho” aparece sete vezes em Mc (Mc 1,1.14.15; 8,35; 10,29; 13,10; 14,9).

[3] Cf. Mc 1,17.18.20; 2,14.15; 8,34; 10,21.28.32.52...
[4] Cf. Mc 1,27; 8,11; 9,10; 14,16; 12,28.
[5] 01 talento = 26 Kg e 436 gramas. Veja Mt 18,24. Segundo cálculos de alguns estudiosos, um trabalhador como aquele da parábola de Mt 20,1-15, que recebeu um denário por um dia de trabalho, levaria mais de quinze anos para conseguir juntar um único talento!
[6] JOSEFO, Flávio. Ant. XVIII, 11, 4, n. 318; cf. Guerra I, 33, 8, nn. 668-669.